Carlo Ancelotti, atual técnico da Seleção Brasileira de futebol, foi condenado nesta quarta-feira (9) a um ano de prisão por fraude fiscal na Espanha. A decisão foi divulgada pelo tribunal de Madri, que apontou que o treinador não pagou impostos sobre suas receitas de direitos de imagem durante sua passagem pelo Real Madrid em 2014.
Ancelotti comandou o Real Madrid em duas ocasiões: de 2013 a 2015 e depois entre 2021 e 2025. A condenação refere-se apenas ao período da primeira passagem, enquanto ele foi absolvido em relação ao ano de 2015, já que o tribunal não conseguiu comprovar que o italiano havia permanecido tempo suficiente na Espanha para ser responsabilizado por dívidas fiscais naquele ano. Após a demissão do Real Madrid, Ancelotti mudou-se para Londres.
Em março deste ano, o Ministério Público espanhol havia solicitado uma pena de quatro anos e nove meses de prisão, acusando o treinador de fraudar o fisco em cerca de 1 milhão de euros (aproximadamente R$ 6,2 milhões na época).
Na ocasião, Ancelotti declarou confiança na justiça e minimizou a situação: “Eu tenho total confiança na lei, na Justiça. Não estou preocupado com isso, mas, obviamente, se me disserem que eu fraudei, isso vai me chatear”.
De acordo com a legislação espanhola, penas inferiores a dois anos por crimes não violentos geralmente não resultam em prisão para réus sem antecedentes criminais, como é o caso do técnico italiano. Por isso, Ancelotti não deve cumprir pena de prisão, mas terá que pagar uma multa de 387 mil euros (cerca de R$ 2,47 milhões) e ficará impedido de receber auxílios ou subsídios públicos por três anos.
Apesar da condenação, há possibilidade de extradição do treinador para a Espanha, já que acordos entre as Justiças brasileira e espanhola preveem que penas superiores a um ano são passíveis desse procedimento. No entanto, a decisão sobre a extradição caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda pode ser contestada em recursos.
A condenação de Ancelotti está diretamente ligada à sonegação dos impostos sobre os rendimentos dos direitos de imagem de 2014 e 2015, período em que acumulou cerca de 1 milhão de euros sem recolher corretamente ao fisco espanhol.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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