Com início previsto para 2025, a iniciativa educacional visa preparar uma nova geração de talentos para o mercado tecnológico
A partir de 1° de setembro de 2025, alunos das escolas públicas e privadas de Pequim, capital da China, terão aulas obrigatórias sobre Inteligência Artificial (IA). A medida, anunciada pela Comissão Municipal de Educação da cidade, prevê um total de oito horas anuais de atividades teóricas e práticas sobre o tema, adaptadas a cada faixa etária.
As aulas poderão ser ministradas como disciplina própria ou integradas a matérias já existentes, como ciências e tecnologia. O conteúdo progride conforme o nível escolar: conceitos básicos para crianças, aplicações práticas e foco em inovação no ensino médio.
Como será o ensino da IA nas escolas chinesas?
Embora a implementação oficial esteja prevista para o segundo semestre de 2025, a proposta já está em fase de teste desde dezembro de 2024 em 184 escolas. O objetivo do governo chinês é avaliar as metodologias e ajustar as práticas pedagógicas antes da adoção em larga escala.
Por isso, os conteúdos foram organizados por níveis de complexidade, respeitando o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. As crianças mais novas aprendem os fundamentos da IA, enquanto os mais velhos tem acesso a práticas avanças e estudos de inovação em diferentes contextos.
Educação voltada para o futuro
O governo chinês está reformulando sua estrutura educacional. A proposta inclui a qualificação técnica dos professores, por meio de treinamentos especializados, desenvolvimento de materiais didáticos e construção de laboratórios com recursos tecnológicos avançados.
Essa mudança visa preparar uma nova geração de profissionais altamente capacitados para atuar no setor da tecnologia, em especial nas áreas de pesquisa, engenharia e desenvolvimento de sistemas inteligentes.
Por que a China está investindo em Inteligência Artificial?
A China tem intensificado seus esforços para se tornar líder global no desenvolvimento da IA. Em uma corrida tecnológica cada vez mais acirrada com os Estados Unidos, o país asiático aposta no avanço tecnológico como pilar estratégico para consolidar sua posição na economia digital do futuro.
Startups chinesas, como a DeepSeek, vêm ganhando espaço com soluções eficientes e de menor custo ao treinar seus modelos, sem perder a qualidade. Outro exemplo é a gigante Alibaba, que anunciou seu novo modelo de IA, o QwQ-32B, com custo reduzido. A iniciativa fez as ações da empresa subirem 8,39% na Bolsa de Hong Kong.
Para sustentar esse crescimento, a China aposta em duas frentes: capital humano e infraestrutura. No Congresso Nacional do Povo, o governo reafirmou seu compromisso com o fortalecimento da indústria tecnológica, incluindo o desenvolvimento de modelos de IA, a criação de dispositivos inteligentes e o avanço da indústria da fabricação nacional de tecnologia.
Por Pietra Gomes | Revisão Sara Santos
