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Chuvas intensas provocam mortes, alagamentos e destruição no Rio Grande do Sul

Estado tem mais de 2,2 mil desalojados e desabrigados; nível dos rios preocupa e previsão indica mais chuva nos próximos dias

O Rio Grande do Sul enfrenta uma nova onda de destruição provocada pelas chuvas, que atinge dezenas de municípios desde a noite de segunda-feira (16). Granizo, alagamentos, deslizamentos e transbordamento de rios já deixaram ao menos duas pessoas mortas, uma desaparecida e mais de 2,2 mil fora de casa. Em diversas regiões, há bloqueios em estradas e suspensão de aulas. As autoridades alertam para riscos ainda maiores com a continuidade das chuvas até o fim da semana.

Na Fronteira Oeste, a cidade de Santana do Livramento foi atingida por uma intensa queda de granizo na noite de segunda. As pedras de gelo, do tamanho de bolas de gude, cobriram ruas e calçadas. Segundo a Defesa Civil local, cerca de 100 casas foram danificadas, e mais de mil metros de lonas foram distribuídas para os moradores. Três escolas estaduais suspenderam as aulas nesta terça-feira (17), e comércios também sofreram prejuízos.

Foto: Rádio Horizonte 95.7 FM

Na região Central, o município de Jaguari decretou situação de emergência. Com as chuvas que começaram por volta das 21h de segunda-feira e não cessaram, o rio que corta a cidade subiu mais de seis metros e atingiu o alarmante nível de 11 metros  sendo que a cota de estabilidade é de cinco. Segundo o prefeito Igor Tambara, o manancial cresce cerca de 40 centímetros por hora. Até o início da tarde de quarta-feira (18), mais de mil pessoas estavam fora de suas casas, sendo 150 famílias acolhidas em abrigos da prefeitura.

Foto :Defesa Civil de Jaguari/CP

Tragédias também marcaram o Vale do Rio Pardo e a Serra Gaúcha. Na zona rural de Candelária, uma mulher de 54 anos morreu após o carro em que estava ser arrastado pela correnteza. Um homem de 65 anos, que a acompanhava, segue desaparecido. O casal teria tentado atravessar uma área alagada em um Volkswagen Gol.

Foto: Divulgação/ Bombeiros voluntários de Candelária

Na manhã desta quarta-feira (18), em Caxias do Sul, um homem morreu quando seu carro caiu no rio ao tentar atravessar a Ponte da Cooperação, que estava com a cabeceira danificada. A ponte, que liga Caxias a Nova Petrópolis, foi interditada nos dois sentidos.

O impacto das chuvas também é sentido nas estradas. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal e o Comando Rodoviário da Brigada Militar, há ao menos 44 trechos com bloqueios nas rodovias do estado. A maioria é causada pelo colapso de pontes, interdição de estruturas, desmoronamentos e alagamentos.

Em Lajeado, o nível do Rio Taquari atingiu a cota de inundação nesta quarta-feira, chegando a 19,20 metros  acima do limite de 19 metros. O crescimento do rio obrigou a ativação do plano de contingência municipal, e ao menos sete famílias foram levadas para o abrigo no Parque do Imigrante. O cenário revive o trauma das enchentes de maio de 2024, quando o rio ultrapassou os 33 metros.

Em Cachoeira do Sul, sete famílias ficaram desabrigadas após o transbordamento do arroio Piquiri. A BR-290 tem pontos de alagamento, e servidores tentam evitar que a água atinja a pista. Açudes da região também transbordaram, agravando o risco de novas inundações.

Já na região metropolitana de Porto Alegre, a capital registrou mais de 100 milímetros de chuva em 24 horas, valor que representa quase toda a média histórica de junho. Ruas alagadas causaram transtornos no transporte público, com cerca de 40 vias bloqueadas e 17 cruzamentos com semáforos danificados. Os trens da Trensurb estão operando parcialmente: entre as estações São Pedro e Farrapos, os trilhos estão alagados, e o trecho é feito com ônibus emergenciais. Até o momento, os aeroportos operam normalmente.

Foto: Camila Cunha – Correio do Povo

Entre as cidades com maior volume de chuva, destacam-se Sapucaia do Sul (135 mm), Canoas (116 mm) e Gravataí (111 mm). A região do delta do Jacuí, que abastece o lago Guaíba, ainda não sofreu com a cheia, mas pode enfrentar alagamentos nos próximos dias com o escoamento das águas dos rios Taquari e Caí.

Segundo a Defesa Civil, os rios apresentam tendência de elevação em praticamente todo o estado, com risco de alagamentos em zonas urbanas e de movimentos de massa (deslizamentos), principalmente na Serra e em regiões montanhosas. O governador Eduardo Leite alertou a população:

É momento de cuidado, de atenção, de mobilização das nossas forças para dar o atendimento necessário à população. Continuamos acompanhando, emitindo alertas e atualizando as situações. Movimentos de massa devem ser acompanhados especialmente na serra e na região mais montanhosa do centro e dos vales.”

A previsão do tempo indica continuidade das chuvas na quinta-feira (19), com volumes entre 30 mm e 100 mm, principalmente nas Missões, Centro, Serra, Vales e Litoral Norte. Na sexta-feira (20), a formação de um ciclone próximo à costa gaúcha mantém o tempo instável e pode trazer até 75 mm de chuva. O sábado (21) promete trégua para boa parte do estado, mas ainda com risco de chuviscos na metade norte.

Entre os rios com risco de inundação, destacam-se:

* Ibirapuitã (Alegrete)

* Ibicuí (Manoel Viana)

* Santa Maria (Rosário do Sul)

* Vacacaí (São Gabriel)

* São Sepé e Jacuí (Cachoeira do Sul e Rio Pardo)

Até o momento, segundo a Defesa Civil estadual, há 1.215 pessoas desalojadas e 1.038 desabrigadas. No total, 58 municípios relataram danos. As mortes confirmadas ocorreram em Nova Petrópolis, onde um jovem de 22 anos morreu submerso no carro, e em Candelária, onde a mulher arrastada pela correnteza morreu. O número de vítimas pode aumentar, já que há um desaparecido.

CRBM (Bombeiros) alertam para riscos de viagens nas estradas do RS e recomendam evitá-las enquanto o estado segue em alerta

Telefones úteis:

📞 Defesa Civil: 199

📞 Brigada Militar: 190

📞 Bombeiros: 193

Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil

VEJA TAMBÉM: Vulcão entra em erupção na Indonésia e lança coluna de cinzas a 11 km de altura

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Marcia Dantas

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