O Rio Grande do Sul enfrenta uma segunda-feira (28) de tempo severo devido à passagem de uma frente fria associada a um ciclone extratropical. O fenômeno provocou ventos intensos, com rajadas que ultrapassaram os 100 km/h em diversas regiões, causando falta de luz, quedas de árvores, danos estruturais e risco à população.
De acordo com a Climatempo Meteorologia, as rajadas de vento variam entre 51 e 70 km/h na Região Central, Campanha, Vales e Serra. No Litoral, os ventos ultrapassam os 90 km/h. Em Canguçu, no Sul do estado, as rajadas chegaram a 102 km/h. Na zona Sul de Porto Alegre, o vento atingiu 106 km/h.
A situação levou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a emitir um alerta vermelho para vendaval, válido até as 15h desta segunda-feira. Há risco de quedas de árvores, destelhamentos, danos em edificações, corte de energia elétrica e transtornos no transporte rodoviário.
Há muito vidro espalhado pelas ruas do Centro de Capão da Canoa. O vento intenso associado ao ciclone extratropical arrancou janelas de prédios e destruiu as vidraças de diversos apartamentos. Moradores registraram os estragos, e os bombeiros trabalham para isolar áreas de risco e remover os estilhaços.
Mais de milhão de gaúchos ficaram sem luz
O vento muito intenso associado ao ciclone causou grandes danos à rede elétrica. Mais de um milhão de pessoas chegaram a ficar sem energia elétrica no estado. As cidades mais impactadas foram Porto Alegre, Osório, Capão da Canoa e Viamão, que concentraram a maior parte das ocorrências.
Segundo balanço da CEEE Equatorial, divulgado pelo METSUL, o pico de desabastecimento foi registrado às 11h30, com 393 mil unidades consumidoras desligadas. O número equivale a mais de um milhão de pessoas sem luz. No início da tarde, com a diminuição das rajadas mais intensas, o número caiu para 346 mil unidades desligadas.
A CEEE afirma que atua em regime de alerta máximo, com equipes mobilizadas para restabelecer o fornecimento de energia elétrica nas áreas mais afetadas. Já a RGE, que cobre outras regiões do estado, ainda não divulgou números.
A companhia reforça a orientação para que a população mantenha distância de fios ou cabos caídos e entre em contato pelos canais oficiais em caso de emergência.
Riscos seguem à tarde; mar agitado e ressaca
Embora o pior do vento já tenha passado em Porto Alegre e no Sul gaúcho, as rajadas ainda persistem nesta tarde, com tendência de enfraquecimento à noite. No Litoral Norte e Leste da Serra, o vento ainda sopra com força e pode continuar com rajadas fortes até a madrugada de terça-feira (29).
O ciclone também agita as águas do Guaíba, em Porto Alegre, e deixa o mar muito agitado no Litoral Norte, em cidades como Cidreira e Capão da Canoa. Há risco de forte ressaca entre esta noite e a terça-feira.
Como ficam os próximos dias?
Na terça-feira (29), o avanço de uma massa de ar polar deve derrubar as temperaturas em todo o estado. Ainda pode chover em algumas áreas, principalmente na Região Metropolitana, Litoral Norte, Serra e Norte, devido à umidade vinda do mar. São previstas pancadas isoladas, mas sem grandes acumulados.
A partir da quarta-feira (30) e durante a quinta-feira (31), o tempo se estabiliza em todo o estado, sem previsão de chuva. As temperaturas seguem baixas por causa da massa de ar frio que se espalha pelo Sul do país.
As autoridades seguem monitorando a situação e recomendam que a população acompanhe os boletins meteorológicos atualizados e evite áreas de risco durante o período de instabilidade.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil