Pesquisadores anunciaram a identificação de uma nova espécie de ave na Amazônia: a sururina-da-serra (nome científico: Tinamus resonans), um inhambu que habita exclusivamente os topos da Serra do Divisor, entre 300 e 500 metros de altitude, em ambiente remoto, isolado e de difícil acesso.
Batizada de sururina-da-serra, a espécie apresenta traços únicos, como a máscara facial cinza-ardósia, partes inferiores de tom canela-ruiva e dorso marrom acinzentado, uma combinação de plumagem distinta de qualquer outra ave do gênero.
A descoberta é resultado de expedições realizadas entre 2021 e 2025. A primeira pista surgiu de uma gravação de canto nunca registrada. Somente após documentação, filmagens e análises dos moradores locais e cientistas é que se confirmou tratar-se de uma espécie nova.
Comportamento intrigante
O que mais impressionou os cientistas foi a vocalização da ave. Seus cantos são longos e potentes, com um tom que ecoa pelas vertentes escarpadas da montanha, criando um efeito acústico peculiar. Esse eco tão marcante inspirou o seu nome científico: “resonans”, do latim, que significa “ressoante”.
A descoberta da sururina-da-serra representa um achado raro, não se registrava uma nova espécie de tinamídeo na Amazônia há décadas. Estima-se que a população total seja de cerca de 2.100 indivíduos, confinados a uma faixa altitudinal restrita (aproximadamente 310 a 435 metros), tornando a ave potencialmente vulnerável a qualquer alteração ambiental.
Essa novidade ressalta a riqueza ainda pouco conhecida da biodiversidade amazônica, e evidencia o quanto há a proteger. A sururina-da-serra pode ser também um símbolo da urgência de conservar ecossistemas remotos e frágeis antes que segredos como esse desapareçam.
Por: Lais Pereira da Silva | Revisão: Pietra Gomes
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