O Vasco sobreviveu à pressão do Maracanã e está na final da Copa do Brasil depois de 14 anos – a última vez em que decidiu o título foi em 2011, na qual saiu como campeão. Mesmo com a derrota por 1 a 0 pelo Fluminense no tempo normal, com gol contra de Paulo Henrique, o time cruz-maltino contou novamente com a estrela do goleiro Léo Jardim, que defendeu as cobranças de John Kennedy e Canobbio na disputa de pênaltis e garantiu a vaga na decisão. Diante de mais de 65 mil torcedores, a festa foi do lado vascaíno na noite deste domingo (14), que viu o clube alcançar sua terceira final na competição nacional.
Agora, o Vasco terá pela frente o Corinthians na grande decisão. O jogo de ida acontece na próxima quarta-feira (17), às 21h30 (horário de Brasília), na Neo Química Arena, em Itaquera. O título será definido no domingo seguinte (21), às 18h30, no Maracanã.
Léo Jardim, o símbolo da campanha
Se a vaga veio nos pênaltis, muito se deve ao nome que virou sinônimo de segurança ao longo da competição. Léo Jardim foi decisivo mais uma vez e confirmou o protagonismo que vem marcando a campanha vascaína. Antes de brilhar contra o Fluminense, o goleiro já havia sido fundamental nas quartas de final, ao defender a cobrança de Alex Telles e eliminar o Botafogo no Nilton Santos. Na terceira fase, também foi peça-chave na classificação diante do Operário, garantindo a festa em São Januário. Contra o rival tricolor, manteve o roteiro: frieza, leitura precisa e defesas que valeram uma final.
Como foi o jogo
- Primeiro tempo
O início foi marcado pela intensidade e disputa forte no meio de campo. Vasco e Fluminense apostaram em bolas longas e transições rápidas, em um cenário de equilíbrio e poucos espaços.
Fábio apareceu bem ao defender chutes de longa distância de Andrés Gómez, aos 12 minutos, enquanto o Tricolor, após um começo instável, passou a explorar o lado direito com Samuel Xavier e Canobbio. Foi justamente por ali que saiu o gol. O lateral achou o uruguaio em profundidade, Everaldo desviou no primeiro pau, acertou a trave, e Paulo Henrique, ao tentar afastar, acabou mandando contra o próprio gol aos 35 minutos. O ritmo acelerado ficou evidente nas 14 faltas e nos quatro cartões distribuídos antes do intervalo.
O Gigante da Colina ainda teve outra oportunidade de empatar o jogo e voltar a ficar em vantagem com Rayan aos 49 minutos, cobrando falta de longe direto no gol, mas novamente o arqueiro Fábio apareceu para defesa.
- Segundo tempo
A postura ofensiva seguiu após o intervalo, com as duas equipes recusando qualquer tentativa de administrar o resultado. O problema foi a falta de criatividade.
Fábio voltou a salvar o Fluminense em uma cabeçada de Rayan logo nos três minutos da segunda etapa, enquanto do outro lado Léo Jardim teve uma noite relativamente tranquila.
O técnico Zubeldía mudou algumas peças e lançou Ganso e John Kennedy, mas o Tricolor pouco ameaçou. Com o passar do tempo, a cautela aumentou, e a decisão nos pênaltis parecia inevitável. Entre correria, cruzamentos sem direção e poucas chances claras, o apito final confirmou o destino da vaga, selada nas penalidades – onde Léo Jardim, mais uma vez, foi protagonista.
Nos pênaltis
Na disputa por pênaltis, o Fluminense saiu na frente com Thiago Silva, que converteu a primeira cobrança. O roteiro, porém, ganhou contornos inesperados logo depois, quando Fábio levou a melhor sobre Vegetti, artilheiro vascaíno e autor do gol da vitória no jogo de ida. A resposta cruz-maltina veio na sequência: Léo Jardim defendeu a batida de John Kennedy e manteve o Vasco vivo, antes de Rayan igualar a série.
Ganso voltou a colocar o Tricolor em vantagem, mas Victor Luís respondeu com precisão. Renê não desperdiçou para o Fluminense, e Coutinho mostrou categoria ao acertar o ângulo. Na cobrança seguinte, Canobbio tentou no centro do gol, mas parou novamente em Léo Jardim e deixou o Vasco a um passo da final. Coube a Puma Rodríguez assumir a responsabilidade, converter com tranquilidade e selar a classificação vascaína no Maracanã.
Após o apito final, o clima no gramado esquentou. Enquanto os jogadores do Vasco comemoravam a classificação, jogadores das duas equipes se envolveram em discussões que rapidamente evoluíram para um empurra-empurra generalizado. Diante da tensão, seguranças dos clubes precisaram intervir e entrar em campo para conter os ânimos no Maracanã.
Por: Inês Becegato | Revisão: Daniela Gentil
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