Carla Zambelli está avaliando uma candidatura nas eleições italianas de 2026. A deputada federal licenciada, condenada no Brasil a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, considera usar sua cidadania europeia como alternativa para seguir na vida política.
A ideia, segundo a defesa, é apenas um plano B. O foco, por ora, está em reverter a condenação no Brasil. Mas, se os recursos fracassarem, a candidatura na Itália entra no jogo. Com dupla nacionalidade, Zambelli pode se filiar a um partido local e concorrer ao Parlamento italiano ou ao Parlamento Europeu.
Enquanto isso, o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro já foi formalmente entregue à Itália e está em avaliação desde 12 de junho. O processo passa por instâncias diplomáticas e judiciais, e pode levar meses.
Políticos italianos também se mobilizam. O deputado Angelo Bonelli pediu que o governo retire a cidadania italiana de Zambelli e aceite a extradição.
A parlamentar se licenciou do cargo no Brasil no início de junho, após decisão que determinou perda de mandato, inelegibilidade por oito anos e multa de R$ 2 milhões.
Avaliar uma candidatura é só o começo. Para disputar, Zambelli ainda precisa ser aceita por um partido, cumprir exigências legais e estar em condições eleitorais. Ao contrário do que muita gente imagina, não se trata apenas de um atalho, há regras e ritos.
Resta saber se a estratégia política resistirá aos obstáculos legais e diplomáticos que ainda estão por vir.
Por David Gonçalves, correspondente MD na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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