O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu, nesta terça-feira (7), processos disciplinares contra Marcos Pollon (PL-MS), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC). Os três são acusados de participação ativa no motim que paralisou o plenário por mais de 30 horas em agosto de 2025, quando deputados de oposição protestaram contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A decisão marca a primeira etapa das ações disciplinares, que agora dependem da escolha dos relatores pelo presidente do Conselho, Fabio Schiochet (União-SC). Caso as punições sejam aprovadas, os parlamentares poderão perder suas atividades legislativas, salários, gabinetes e cotas parlamentares por até seis meses.
Van Hattem é acusado de usurpar cadeira da presidência
O deputado Marcel van Hattem também é alvo de um pedido de suspensão de 30 dias, protocolado pela cúpula da Câmara. De acordo com a Corregedoria, Van Hattem ocupou a cadeira da presidência e impediu que Hugo Motta reassumisse o comando do plenário.
O órgão classificou a conduta como um “gesto de desafio e afronta” e afirmou, em parecer, que tolerar tal atitude seria renunciar à ordem e ao decoro essenciais ao funcionamento da Casa.
Zé Trovão é acusado de constrangimento institucional transmitido ao vivo
Já o deputado Zé Trovão foi denunciado por impedir fisicamente a passagem do presidente da Câmara, bloqueando as escadas de acesso à mesa diretora. Segundo a Corregedoria, a cena foi transmitida ao vivo nas redes sociais, gerando um “constrangimento institucional” que “maculou a honra objetiva da Câmara dos Deputados”.
Com a abertura dos processos, os deputados terão direito à defesa antes da análise dos relatores e posterior votação no colegiado. As decisões do Conselho de Ética podem ser recorridas à Mesa Diretora da Câmara.
Por Aline Feitosa | Revisão: Daniela Gentil
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