Um fato inusitado envolvendo os Correios de Portugal (CTT) chamou a atenção no último mês de agosto: o jornal Diário de Coimbra recebeu de volta duas edições do próprio jornal que haviam sido enviadas a um assinante há 27 anos. Os exemplares, datados de agosto de 1998, foram devolvidos com um carimbo de julho de 2025.
Os dois jornais, amarelados pelo tempo, foram devolvidos de um endereço na região do Algarve, onde o assinante provavelmente passava férias. A justificativa para a devolução, indicada na época, era de que a residência não possuía caixa de correspondência.
Explicação oficial
O caso levou o Diário de Coimbra a questionar os CTT sobre como um atraso de 27 anos pode ser justificado.
Conforme a nota dos CTT, a Urbanização Bela Praia, em Castro Marim, era anteriormente atendida por um BRIC (um conjunto de caixas individuais de correio instaladas em áreas residenciais periféricas). “Com a desativação desses receptáculos postais por decisão da prefeitura, toda a correspondência ainda presente nas caixas foi recolhida pelos CTT, incluindo itens com mais de 20 anos de antiguidade. Entre essa correspondência, encontram-se os dois jornais em questão, que nunca chegaram a ser retirados pelo destinatário”, explicou a empresa.
Os CTT acrescentaram que os jornais “fazem parte de um lote de artigos não reclamados que está em avaliação para possível inclusão nos leilões de refugos postais, tendo sido por engano devolvidos para o Diário de Coimbra”.
Jornais são agora uma “cápsula do tempo”
Ao receber as edições de 28 e 29 de agosto de 1998, que ainda estavam com o preço marcado na antiga moeda portuguesa, 120 escudos, o jornal relembrou algumas das notícias da época. Entre os fatos destacados estavam o fechamento do Arquivo da Universidade de Coimbra (UC) para uma dedetização, a morte de um taxista na Figueira da Foz, um tiroteio de madrugada na Sé Velha e o início de uma luta da Prefeitura de Coimbra contra a queima de lixo industrial em Souselas.
Por: Eduardo Carvalho – Correspondente MD News em Portugal | Revisado por: Laís Queiroz
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