Nesta segunda-feira (21), o mundo lamentou a partida de uma das figuras mais queridas da Igreja Católica nos últimos tempos. Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, faleceu aos 88 anos. Apaixonado por futebol e torcedor fervoroso do San Lorenzo, ele deixou um legado inesquecível. Em sinal de luto, os jogos dos campeonatos da Série A da Argentina e da Série A italiana foram suspensos.
O San Lorenzo, time do coração do Papa, fez uma tocante homenagem nas redes sociais. A publicação em vídeo uniu a vida de Francisco com a história do clube, carinhosamente chamado de Ciclón. Desde a infância no estádio Velho Gasômetro até os encontros no Vaticano com representantes do clube, a ligação entre Bergoglio e o San Lorenzo foi sempre forte, movida por afeto, fé e paixão pelo futebol.
“Desde a infância, Cuervo; como adulto… Cuervo como líder religioso e cardeal… Cuervo até como Papa. Sócio de número 88235. Seu afeto pelo Ciclón permaneceu inabalável”, ressaltou o clube em comunicado. Não é surpresa que o San Lorenzo tenha triunfado e conquistado sua inédita Copa Libertadores em 2014, logo depois de Francisco ter sido nomeado Papa, algo que muitos torcedores interpretaram como um presságio.
Sua paixão pelo esporte, no entanto, ultrapassava as fronteiras da Argentina. Em conversa com a emissora italiana RAI, dois anos atrás, o pontífice exibiu novamente seu carisma ao ser indagado sobre quem era o maior jogador argentino: “Messi ou Maradona?” Com um sorriso, respondeu:
“Incluo um terceiro: Pelé. São os três que acompanhei. Maradona, no campo, foi um gigante, um verdadeiro gigante. Mas, fora dele, deixou a desejar. Messi é impecável. Um cavalheiro. Mas, entre os três, Pelé é o maior exemplo. Um homem de um coração…”
O Papa Francisco recordou um encontro fortuito com Pelé num aeroporto, quando ambos seguiam para Buenos Aires. “Trocamos algumas palavras. Era um homem de uma tremenda gentileza.”
Francisco também comentou sobre Diego Maradona, a quem recebeu no Vaticano logo no início de seu papado: “Ele fez questão de me visitar. Infelizmente, teve um fim trágico. É impressionante como muitos atletas têm destinos difíceis… no boxe também. Muitos não acabam bem.”
A morte de Francisco entristeceu profundamente os católicos, mas também deixou o mundo dos esportes sem uma referência que enxergava no futebol uma forma de unir pessoas, culturas e sentimentos.
O clube San Lorenzo expressou o sentimento de muitos: “Até logo, muito obrigado e para sempre! Estaremos juntos por toda a eternidade!”
Texto: Aline Feitosa

formado em jornalismo desde 2007. Possui mais de 20 anos de experiência em televisão com passagens por Band, Record e SBT. atualmente é editor-chefe no jornalismo do SBT