Jair Bolsonaro respondeu publicamente à carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-presidente brasileiro agradeceu o apoio do norte-americano, voltou a negar qualquer envolvimento nos atos de 8 de janeiro e acusou o Judiciário brasileiro de tentar afastá-lo da disputa presidencial de 2026.
“Recebi com muita alegria a carta do presidente Trump. Fico lisonjeado com as palavras. Mas o que está em jogo vai além de mim. Eleições sem oposição… isso sim é golpe”, declarou Bolsonaro, num dos trechos mais fortes da gravação.
A resposta veio após Trump divulgar uma carta aberta onde afirma que Bolsonaro sofre “tratamento terrível” por parte de um “sistema injusto”, e pede que o julgamento contra ele seja encerrado “imediatamente”. O republicano ainda anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, como forma de protesto contra a condução do processo no Brasil.
No vídeo, Bolsonaro disse que as acusações contra ele são infundadas. “Num domingo, sem tropas, sem armas, com minha presença nos Estados Unidos… um crime inexistente está sendo forjado apenas para me tirar da vida política”, afirmou. Ele também leu trechos da carta de Trump e reforçou o tom de denúncia: “Não é apenas contra mim. É contra todos que defendem a liberdade”.
A manifestação gerou reações imediatas. Enquanto aliados celebraram o gesto de Trump, integrantes do governo Lula acusaram os dois líderes de tentarem interferir no funcionamento das instituições brasileiras. O Planalto classificou a carta como “chantagem inaceitável” e já articula medidas de retaliação comercial.
Com a ofensiva internacional, Bolsonaro tenta fortalecer sua narrativa de perseguição e se reposicionar como líder da oposição para as eleições de 2026. Já Trump, ao adotar tom agressivo contra o Brasil, coloca a diplomacia entre os dois países em seu nível mais tenso desde o início do atual mandato.
Por David Gonçalves | Revisão: Daniela Gentil
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