O ex-deputado estadual e dirigente histórico do Partido dos Trabalhadores (PT), Paulo Frateschi, morreu nesta quinta-feira (6) após ser esfaqueado pelo próprio filho, Francisco Frateschi, durante uma briga familiar em São Paulo. O crime aconteceu dentro da residência da família, na zona oeste da capital paulista.
Segundo informações da polícia, o ex-parlamentar foi atingido por golpes na cabeça e nos braços. Ele chegou a ser levado com vida ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos. A esposa de Frateschi, Yolanda Maux Viana, ficou ferida ao tentar intervir no conflito, ela teve fratura em um dos braços e foi atendida na UPA da Lapa. O autor foi preso em flagrante.
Ainda não há confirmação sobre o que teria provocado o desentendimento. Vizinhos e testemunhas relataram que os gritos começaram dentro da casa e chamaram a polícia após ouvirem a confusão.
Tragédias familiares marcaram sua trajetória
A vida de Paulo Frateschi foi marcada por outras perdas trágicas. Em 2002, ele perdeu o filho Pedro, de apenas 7 anos, em um acidente de carro na rodovia Carvalho Pinto, em Guararema (SP). No ano seguinte, em 2003, outro filho, Júlio, de 16 anos, também morreu em um acidente automobilístico na rodovia Rio-Santos, entre Paraty e Angra dos Reis (RJ).
O velório de Júlio contou com a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de ministros e de lideranças do PT, em solidariedade ao dirigente petista.
Militância e legado político
Fundador do PT, Paulo Frateschi construiu uma trajetória reconhecida pela militância política e pela defesa da democracia. Preso e torturado durante a ditadura militar, tornou-se símbolo da resistência ao regime e defensor dos direitos humanos.
Ele exerceu o mandato de deputado estadual e foi secretário de Relações Governamentais na gestão da prefeita Marta Suplicy (2001–2004). Também ocupou cargos de direção no PT ao longo de diferentes períodos.
Em 2019, ao comentar a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, seu amigo pessoal, Frateschi afirmou que o caso representava uma “perseguição política”, fazendo um paralelo com a repressão sofrida durante os anos de chumbo.
Respeitado dentro do partido e por aliados de diferentes gerações, Paulo Frateschi deixa um legado de compromisso com a democracia, resistência política e defesa dos direitos sociais.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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