Uma nova audiência sobre a extradição da deputada licenciada Carla Zambelli está marcada para 18 de dezembro na Itália. No entanto, a Justiça italiana não deve analisar o processo até que o governo brasileiro forneça uma série de documentos detalhando as condições em que a parlamentar cumpriria eventual pena caso fosse enviada ao Brasil.
Entre as exigências estão fotos da cela em que Zambelli cumpriria a pena, endereço do presídio, descrição do regime de cumprimento, alimentação e demais condições do encarceramento. A medida visa assegurar que a parlamentar, que também possui cidadania italiana, não corra risco de morte ou de violação de direitos humanos caso seja transferida para cumprir pena no Brasil.
Zambelli está atualmente detida no complexo penitenciário de Rebibbia, nos arredores de Roma, que abriga presos ligados à máfia e registra superlotação. A unidade, projetada para 272 detentas, possui 369 presas, segundo dados de julho de 2025. Advogados da deputada destacam que ela possui comorbidades que justificariam cumprimento de eventual pena em regime domiciliar.
O Brasil já encaminhou dois pedidos de extradição informais ao ministro da Justiça, Carlo Nordio, responsável por analisar a documentação e decidir sobre o processo. Mesmo que o parecer seja favorável, a decisão final caberá à primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que determinará se a deputada será entregue às autoridades brasileiras.
O caso destaca a complexidade de processos de extradição envolvendo cidadãos com dupla nacionalidade e levanta debates sobre condições do sistema prisional brasileiro sob a ótica internacional.
Por David Gonçalves, correspondente MD na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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