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Flávia Saraiva brilha na trave, acerta série e termina em 4º no Mundial de Jacarta

A menos de três décimos do pódio, brasileira conquista seu melhor resultado adulto no aparelho em uma das finais mais difíceis dos últimos anos

Com a leveza e a precisão que são suas marcas registradas, Flávia Saraiva brilhou na final da trave do Mundial de Ginástica Artística de Jacarta. Neste sábado (25), a carioca de 26 anos abriu a decisão com uma apresentação firme, elegante e sem grandes desequilíbrios, mas, por pouco, o esforço não se traduziu em medalha.

A menos de três décimos do pódio, Flavinha terminou na quarta colocação com 13,900 pontos, em uma das finais mais técnicas e acirradas dos últimos anos.

A chinesa Zhang Qingying confirmou o favoritismo e conquistou o ouro com 15,166 pontos, exibindo uma série quase impecável de altíssima dificuldade (6,9). A argelina Kaylia Nemour, uma das grandes revelações da temporada, levou a prata (14,300), enquanto a japonesa Aiko Sugihara completou o pódio com 14,166.

Mesmo sem a medalha, o resultado teve sabor especial para Flávia. “Fiquei muito feliz. Foi uma final de trave bem difícil, tem anos que não víamos uma assim. A minha última tinha sido em 2019 e foi a primeira vez que acertei uma final de trave em Mundial. Fico feliz que meu trabalho está dando certo e estou conseguindo evoluir”, comemorou a ginasta, sorridente, após a prova.

“A série foi boa, foi a que treinei para apresentar. A nota de partida é um pouco mais baixa que a das meninas, mas dei meu melhor e estou muito feliz”, completou.

A melhor trave da carreira adulta

Flavinha, que já conquistou o coração do público brasileiro desde a adolescência, alcançou em Jacarta sua melhor posição em uma grande competição de trave desde a prata nas Olimpíadas da Juventude de Nanquim, em 2014.

Entre as competições adultas, essa foi a primeira vez que ela completou uma final de trave em Mundial sem quedas ou grandes desequilíbrios, um marco para quem considera o aparelho o mais desafiador da ginástica. Até então, o melhor resultado da brasileira na trave havia sido o quinto lugar nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

Nos últimos anos, Flávia também tem se destacado em outras provas. Em 2023, conquistou o bronze no solo do Mundial de Antuérpia, mostrando sua versatilidade e resiliência após uma série de lesões e interrupções no ciclo olímpico.

Técnica e evolução

Na classificatória do Mundial, Flávia já havia surpreendido ao alcançar a vice-liderança com 13,833 pontos (5,5 de dificuldade). Na final, arriscou um pouco mais: aumentou a nota de dificuldade em dois décimos (para 5,7), acrescentando uma nova ligação de movimentos que vinha sendo lapidada nos treinos do Flamengo, onde treina sob o comando de Ricardo Pereira.

O resultado mostrou uma atleta madura e estrategista. Com 8,200 pontos de execução, Flávia obteve a segunda melhor nota nesse critério entre todas as finalistas, superada apenas pela campeã chinesa Zhang Qingying (8,266).

A diferença esteve, principalmente, no grau de dificuldade das séries. Zhang apresentou uma trave de 6,9 pontos de partida; Nemour, 6,2; e Sugihara, 6,0. Flavinha, mesmo com execução refinada, partiu de 5,7, o que explica a diferença final na pontuação.

“A nota de partida é um pouco mais baixa, mas dei o meu melhor. Isso me dá confiança para os próximos anos”, resumiu a brasileira.

Um Mundial histórico

A final da trave em Jacarta será lembrada como uma das mais competitivas da última década. O nível técnico impressionou árbitros e treinadores: das oito finalistas, seis ultrapassaram a marca de 13 pontos.

A chinesa Zhang Qingying, atual campeã asiática, consolidou-se como a nova referência do aparelho. Sua nota de 15,166 foi a mais alta registrada em finais de Mundial desde 2019. Já a argelina Kaylia Nemour, de apenas 18 anos, continua sendo um dos maiores fenômenos recentes da ginástica africana.

Flávia, por sua vez, manteve-se entre as melhores do mundo, reforçando o protagonismo brasileiro na ginástica artística feminina, um espaço que o país tem ocupado com consistência desde as conquistas de Daiane dos Santos e, mais recentemente, com a hegemonia de Rebeca Andrade.

Rebeca em pausa, Flávia em ascensão

A ausência de Rebeca Andrade, campeã olímpica e mundial, foi sentida, mas também abriu espaço para que Flávia brilhasse com mais visibilidade. Rebeca está em ano sabático, cuidando da recuperação física e mental após o ciclo olímpico intenso que terminou em Paris 2024.

A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) já confirmou que Rebeca deve voltar às competições em 2026, justamente quando será realizado o Mundial de Roterdã, na Holanda. O torneio servirá como início do processo classificatório para os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.

Enquanto isso, Flávia encerra a temporada 2025 com a sensação de dever cumprido. “Agora é hora de cuidar do corpo, descansar um pouco e pensar no que vem pela frente. Estou feliz com o que conquistei neste Mundial e com o trabalho que venho fazendo. Isso me motiva a continuar”, disse Flavinha, emocionada.

Caminho até Los Angeles 2028

A performance em Jacarta consolida Flávia Saraiva como uma das principais apostas do Brasil para os próximos ciclos. Sua regularidade, carisma e maturidade técnica têm inspirado uma nova geração de ginastas no país.

A CBG projeta um planejamento de longo prazo que deve incluir estágios internacionais, intercâmbios com academias europeias e intensificação de treinos específicos em aparelhos como a trave e o solo — justamente as especialidades de Flávia.

Além de buscar medalhas individuais, a equipe brasileira também pretende manter o alto nível nas provas por equipes, em que o Brasil é hoje uma das potências do cenário mundial. A medalha de prata por equipes nos Jogos de Paris foi um marco e deve servir como motivação para o próximo ciclo.

Resultado da final da trave – Mundial de Jacarta

  1. Zhang Qingying (China) – 15,166 (6,9)
  2. Kaylia Nemour (Argélia) – 14,300 (6,2)
  3. Aiko Sugihara (Japão) – 14,166 (6,0)
  4. Flávia Saraiva (Brasil) – 13,900 (5,7)
  5. Ellie Black (Canadá) – 13,600
  6. Amanda Yap (Singapura) – 13,333
  7. Sabrina Voinea (Romênia) – 12,533
  8. Dulcy Caylor (Estados Unidos) – 11,800

Por: Alemax Melo | Revisão: Laís Queiroz

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Marcia Dantas

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