O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima suas estimativas de crescimento da economia mundial, apesar do cenário de preocupação global com os efeitos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, sob o governo do presidente Donald Trump.
Segundo a atualização do relatório Perspectivas da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês), divulgada nesta terça-feira (29), o Produto Interno Bruto (PIB) global deve crescer 3% em 2025, uma alta de 0,2 ponto percentual em relação à projeção anterior. Para 2026, a expectativa é de um avanço de 3,1%, levemente acima dos 3% da última estimativa.
No caso do Brasil, o FMI prevê um crescimento de 2,3% para o PIB em 2025. Para o ano seguinte, a projeção é de leve desaceleração, com expansão de 2,1%. Apesar da melhora nas projeções, o Fundo alertou para riscos persistentes que ameaçam a recuperação global.
Entre os principais pontos de atenção estão um possível rebote de tarifas comerciais, o agravamento de tensões geopolíticas e déficits fiscais elevados, que podem pressionar as taxas de juros e endurecer as condições financeiras em escala internacional.
“O crescimento global em torno de 3% permanece decepcionantemente abaixo da média pré-Covid”, afirmou o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em trecho do relatório. Ele acrescentou que, embora os avanços recentes sejam positivos, “as tarifas continuam historicamente altas e a política global permanece altamente incerta, com apenas alguns países tendo alcançado acordos comerciais completos”.
Ainda, de acordo com o economista-chefe, a depreciação do dólar “é um desdobramento relevante nos últimos meses” e, em relação à China, a demanda doméstica na potência asiática “continua relativamente fraca”.
Por Arthur Moreira | Revisão: Daniela Gentil
