O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou sobre o fim da guerra na manhã desta segunda-feira (13) no Parlamento israelense. Trump agradeceu o genro, foi interrompido por um deputado de esquerda no começo da sua fala e disse que “não se trata apenas do fim de uma guerra, mas do fim da era do terror e da morte”.
“Este é um dia histórico para o Oriente Médio e um triunfo incrível para Israel e para o mundo. (…) Os Estados Unidos se unem a vocês nesses dois votos eternos — nunca esquecer e nunca mais repetir. (…) Contra todas as probabilidades, fizemos o impossível e trouxemos nossos reféns de volta para casa”, afirmou Trump em seu discurso,que também teve momentos de exaltação em prol da paz e aceno ao Irã.
Em sua fala, ele disse que o terror que atinge a região foi derrotado.
“Em todo o Oriente Médio, as forças do caos, do terror e da ruína que assolam a região há décadas estão agora enfraquecidas, isoladas e totalmente derrotadas”, acrescentou ele. “Uma nova coalizão de nações orgulhosas e responsáveis está emergindo.”
“Gerações no futuro lembrarão deste momento como aquele em que tudo começou a mudar” seguiu.
O presidente norte-americano foi interrompido no começo de sua fala por um congressista de esquerda, que protestou contra a presença do americano. O político segurava uma placa que dizia “reconheçam Palestina” e foi retirado do local pelos seguranças do Parlamento.
Trump também aproveitou a ocasião para agradecer a seu genro Jared Kushner, casado com Ivanka Trump. Kushner é apontado como um dos criadores da ideia de transformar Gaza em um “resort de luxo”, como Trump defendeu no início do ano.
O presidente dos EUA também voltou a falar sobre o futuro da Faixa de Gaza no pós-guerra ao dizer que quer ser um parceiro nos esforços para a reconstrução do território palestino, que terá o apoio de países árabes. Segundo o presidente americano, a equipe de governança de Gaza formada por ele e que terá sua supervisão é composta por “pessoas ricas e poderosas que querem e vão fazer o bem”.
“Esta é a chance dos palestinos abandonarem de uma vez por todas o caminho da violência”, afirmou Trump. Ele defendeu que os habitantes de Gaza se concentrem em “restaurar a estabilidade, a segurança, a dignidade e o desenvolvimento econômico para finalmente terem a vida que suas crianças merecem após décadas de horror”.
Trump também elogiou o chefe das Forças Armadas israelenses, Eyal Zamir, que estava presente no Parlamento. Durante a guerra, Zamir teve desavenças com Netanyahu sobre os próximos passos da guerra.
O presidente americano também fez um aceno ao Irã, relembrando o ataque a instalações nucleares iranianas, ocorrido em junho, que segundo ele “retiraram uma grande nuvem escura” sobre o Oriente Médio. “Mesmo para o Irã, cujo regime causou tanta morte no Oriente Médio, a mão da amizade e da cooperação está sempre estendida”.
Poder militar americano
Em seu discurso, Trump exaltou o poderio militar dos Estados Unidos. Segundo o presidente americano, a mudança do Departamento de Defesa para “Departamento de Guerra” marca a reconstrução da força do exército do país.
“Nós agora temos a força militar mais forte do mundo, porque reconstruímos as forças militares. Em oito meses conseguimos acabar com oito guerras”, afirmou Trump.
Libertação dos reféns
Os militantes do Hamas concluíram a libertação dos 20 reféns israelenses que permaneciam vivos, conforme o acordo de cessar-fogo negociado com mediação dos Estados Unidos.
Inicialmente, sete reféns foram entregues à Cruz Vermelha, que atuou como intermediária entre o grupo e o governo de Benjamin Netanyahu. Em seguida, os outros 13 foram transferidos ao Comitê Internacional da organização.
Segundo o Exército israelense, todos os libertados já estão sob sua custódia e passaram por exames médicos preliminares antes de reencontrar suas famílias.
O acordo também prevê que o Hamas entregue 28 corpos de reféns mortos. Em troca, Israel deverá liberar aproximadamente 2 mil presos e detidos palestinos.
Outros conflitos
Donald Trump disse ter acabado, além da guerra entre Israel e Hamas, com outros sete conflitos:
Israel e Irã,
Paquistão e Índia,
Ruanda e República Democrática do Congo,
Tailândia e Camboja,
Armênia e Azerbaijão,
Egito e Etiópia,
Sérvia e Kosovo.
Por Arthur Moreira | Revisão: Daniela Gentil
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