Na última segunda-feira (21), o Google começou a enfrentar um julgamento, com a acusação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) e de 38 procuradores-gerais estaduais, referente à monopolização das buscas online.
Dessa maneira, as autoridades querem que a empresa venda o navegador Chrome para restaurar a concorrência no mercado, além de proibir acordos em que ele é o mecanismo padrão dos dispositivos e exigir dados compartilhados do Google com os concorrentes.
O departamento também focou nos acordos exclusivos feitos em 2024 entre o Google e os fabricantes de celulares, como o sistema Android. Os documentos divulgados mostram a parceria exclusiva para o Gemini AI e o Chrome.
Esse julgamento tem previsão de duração de três semanas. Dependendo das decisões tomadas, elas podem reformular a internet ao tirar o Google do centro, como o principal mecanismo de busca utilizado pelos usuários.
Uma das testemunhas da acusação é o diretor de produto do ChatGPT, Nick Turley. Conforme informações da Reuters, Turley compartilhou que o Google recusou uma proposta de parceria com a startup para que o buscador fizesse parte do modelo de linguagem.
Qual é a resposta do Google?
O Google agora tem sete dias para entregar um cronograma de medidas corretivas, e confirma que pretende recorrer às decisões que forem tomadas. A big tech argumenta que existe concorrência no setor de inteligência artificial generativa, acusando essas ações de extremas e capacitadoras do aumento dos preços para os consumidores.
Neste primeiro julgamento, o advogado da corporação mostrou um documento de 2024, no qual Nick Turley disse que não via o Google como seu rival porque o ChatGPT liderava o mercado dos chatbots. Em contrapartida, o diretor frisou que a mensagem enviada era para inspirar funcionários e que a startup se beneficiaria das parcerias. Aliás, durante esse novo julgamento, a OpenAI não perdeu tempo e confirmou seu interesse em comprar o Chrome.
Outras ações abertas
A empresa, que tem a sede principal localizada no Vale do Silício, ainda recebeu outros processos do mesmo departamento em janeiro de 2023. A juíza federal Leonie Brinkema alegou que o Google tem monopólio da publicidade online, criando barreiras para a entrada de concorrentes como Bing e DuckDuckGo.
Em agosto de 2024, a justiça americana divulgou que a Alphabet, dona do Google, violou a lei antitruste dos Estados Unidos para dominar o segmento de buscas e publicidade nos resultados das pesquisas, segundo o juiz Amit Mehta.
“Após ter considerado e pesado cuidadosamente o depoimento e as evidências das testemunhas, o tribunal chega à seguinte conclusão: o Google é um monopolista e agiu como tal para manter seu monopólio”, segundo as palavras de Mehta.
Durante o julgamento, o Google afirmou que não foi competitivo e que a venda de seus produtos disponíveis no mercado agrada aos consumidores.
LEIA TAMBÉM: Tendências do Instagram e TikTok para 2025: o que está bombando agora
Por: Pietra Gomes | Revisão: Thaisi Carvalho