O governo federal divulgou, na sexta-feira (24), uma nota oficial detalhando medidas de combate ao tráfico de drogas, após a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante viagem à Indonésia, de que traficantes também seriam vítimas dos usuários.
“Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente, fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também”, a fala provocou repercussão negativa e críticas da oposição.
Segundo o comunicado da Secretaria de Comunicação Social, o governo mantém atuação rigorosa contra o crime organizado ao realizar operações que registraram resultados históricos. Em 2024, a Polícia Federal apreendeu aproximadamente R$ 7 bilhões em bens de criminosos, enquanto a Polícia Rodoviária Federal confiscou 850 toneladas de drogas, recordes em relação ao ano anterior.
As operações de combate ao crime quase dobraram em dois anos, passando de 1.875 em 2022 para 3.393 em 2024. “O objetivo é somar forças em todo o país para desmantelar estruturas que alimentam o crime”, afirmou a nota.
Contexto da declaração
A fala de Lula, que teve grande repercussão, ocorreu em uma entrevista sobre ações de combate ao tráfico internacional de drogas na América do Sul, em que comentou iniciativas semelhantes ao do governo de Donald Trump. Mais tarde, o presidente se retratou nas redes sociais, afirmando que a frase foi “mal colocada” e reforçou seu posicionamento contra traficantes e o crime organizado.
Especialistas em segurança pública avaliam que a declaração do presidente precisa ser esclarecida para evitar interpretações equivocadas. Ao mesmo tempo, os dados apresentados pelo governo reforçam que a estratégia de combate ao tráfico vem alcançando resultados expressivos, com recordes em apreensões de drogas e bens ilícitos.
A divulgação ocorre em um momento positivo para Lula nas pesquisas eleitorais: segundo levantamento Atlas/Bloomberg, a aprovação do presidente atingiu o melhor índice desde janeiro de 2024, e ele tem potencial para vencer todos os adversários em cenários para 2026.
Apesar da polêmica, o governo reforça que seguirá firme no enfrentamento ao tráfico de drogas, com operações e medidas legais, enquanto especialistas acompanham os efeitos das ações no cotidiano da população e na segurança pública.
Por Kátia Gomes | Revisão: Pietra Gomes
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