Uma confusão generalizada marcou a tarde desta quarta-feira (15) na Câmara Municipal de Porto Alegre. A Guarda Municipal foi acionada para conter o tumulto que envolveu manifestantes a favor e contra duas pautas em votação: a concessão parcial do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) à iniciativa privada e o projeto de lei que restringe a atuação dos catadores na Capital.
Durante a intervenção, vereadores e servidores foram atingidos por bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e spray de pimenta. O vereador Giovani Culau (PCdoB) relatou ter sido atingido por disparos e spray durante o confronto.
Início da confusão
A confusão começou quando manifestantes foram impedidos de entrar no prédio, sob alegação de que a Câmara havia atingido sua lotação máxima. Conforme o protocolo de segurança, a entrada de público foi bloqueada. Insatisfeitos, alguns manifestantes tentaram forçar o ingresso nas dependências da Casa, o que motivou a ação da Guarda Municipal.
A presidente da Câmara, Comandante Nádia (PL), justificou a resposta da segurança: “A partir do momento que pessoas tentam ingressar em uma Casa que é democrática, que é do povo, a segurança tem que dar uma resposta”. A sessão legislativa foi suspensa temporariamente, mas, segundo Nádia, os trabalhos devem ser retomados ainda nesta quarta-feira.
O vereador Roberto Robaina (PSOL) criticou a condução da situação e atribuiu o episódio ao que chamou de despreparo da presidência da Casa: “Vi muitas manifestações na Câmara dos Vereadores, muitas. Muitas manifestações tensas, com muito mais gente. O despreparo é uma coisa inacreditável. Isso é o resultado da gestão da presidente Nádia, que trata como se fosse um quartel”.
Robaina ainda relatou ter visto funcionários e colegas parlamentares sendo atingidos durante a ação, incluindo Culau. O vereador do PCdoB desabafou: “Nunca imaginei viver isso na minha vida, apanhar na Câmara Municipal, em um momento em que o povo apenas queria o direito de acompanhar o que está sendo votado. A gente estava pedindo o direito das pessoas usarem o banheiro, tomar uma água”.
E agora?
Até o momento, não há informações sobre feridos ou detidos. A Prefeitura de Porto Alegre e a Mesa Diretora da Câmara ainda não se manifestaram oficialmente sobre a ação da Guarda Municipal.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Pietra Gomes
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