Um caso chocante ocorreu neste sábado (7), no centro de Manaus, onde um homem identificado como Rômulo Alves da Costa, de 42 anos, foi detido após andar com o corpo de seu pai, José Pequenino da Costa, de 77 anos, em uma cadeira de rodas.
A situação levantou uma série de questionamentos sobre as circunstâncias da morte do idoso e as motivações do filho. Segundo informações preliminares da polícia, Rômulo relatou que havia saído de casa com o pai por volta das 12h para ir a uma agência bancária.
O objetivo seria conseguir um empréstimo para comprar produtos de higiene e alimentos, já que Rômulo está desempregado e é o responsável pelos cuidados do pai. O idoso era beneficiário do INSS, mas recebia um valor pequeno. Rômulo e José moravam juntos há cinco meses. O delegado Adanor Porto, da Delegacia de Homicídios, informou que a perícia no corpo do idoso já apresentava rigidez cadavérica.
Ele aguarda o laudo para determinar o horário exato do óbito. Inicialmente, não foram encontrados sinais de violência, embora o corpo apresentasse feridas que podem estar relacionadas a comorbidades do idoso, que era hipertenso e diabético. Familiares confirmaram que José Pequenino era bastante magro e utilizava bolsa de colostomia.
Desdobramentos da Investigação
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), instaurou um Inquérito Policial (IP) para apurar as circunstâncias da morte. Rômulo Alves da Costa, que havia sido detido, foi liberado posteriormente.
De acordo com a nota da PC-AM, nesta fase inicial da investigação, não há elementos indiciários suficientes que sustentem a tipificação penal de vilipêndio de cadáver, tampouco de tentativa de estelionato. A polícia ressalta a prudência em aguardar a conclusão do laudo necroscópico, que será emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) em um prazo de até 30 dias.
Um dos filhos de José Pequenino, que compareceu à delegacia, afirmou que não tinha contato com o pai desde novembro do ano passado, quando Rômulo o havia levado para morar consigo. A polícia busca ouvir a proprietária da quitinete onde pai e filho moravam para confirmar se o idoso saiu de casa com vida.
As investigações continuam em andamento, e a oitiva de testemunhas está prevista para ocorrer ao longo da semana. O delegado Adanor Porto havia ressaltado que, dependendo do laudo pericial, Rômulo poderia responder por vilipêndio de cadáver (caso o pai já estivesse morto ao sair de casa) e estelionato (se houvesse tentativa de empréstimo).
A possibilidade de homicídio também não havia sido descartada inicialmente. No entanto, a recente nota da PC-AM indica que essas tipificações não possuem elementos suficientes no momento.
Por Derick Souza | Revisão: Daniela Gentil
VEJA TAMBÉM: Idoso de 83 anos é resgatado em situação de maus-tratos em Aparecida de Goiânia