O governo do Irã declarou oficialmente nesta terça-feira (24) o fim do confronto direto com Israel, após 12 dias de trocas de bombardeios e retaliações militares. Ambos os lados declaram vitória. Benjamin Netanyahu afirmou que Israel conquistou uma “vitória histórica” contra o Irã, enquanto o regime iraniano também alega ter saído vitorioso do embate.
A imprensa estatal iraniana confirmou o pronunciamento do presidente Masoud Pezeshkian, que classificou o desfecho como uma “grande vitória” para o país. Segundo ele, a guerra foi “imposta ao Irã pelo aventurismo de Israel”.
O anúncio do Irã aconteceu poucas horas após o início de um cessar-fogo negociado pelos Estados Unidos com apoio do Catar. O acordo entrou em vigor à 1h da manhã (horário de Brasília), embora haja relatos de violações pontuais por parte dos dois países envolvidos.
Como gesto simbólico de retorno à normalidade, o Irã também anunciou que iria reabrir o espaço aéreo ainda nesta terça-feira, após quase duas semanas de suspensão. No entanto, segundo o site especializado FlightRadar24, apenas voos autorizados estão operando em Teerã com permissões especiais.

Foto: John Wessels / AFP
Em nota oficial reproduzida pela imprensa, o Comando Militar Conjunto iraniano afirmou que “Israel e os EUA devem aprender com os golpes esmagadores” sofridos durante o conflito, citando os mísseis disparados contra alvos em território israelense e a base militar americana de Al-Udeid, localizada no Catar.
Do lado israelense, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Eyal Zamir, confirmou o encerramento da ofensiva contra o Irã, mas indicou que o país continuará atento às ações de Teerã.
“Nossa campanha contra Teerã ainda não acabou”, declarou Zamir. Segundo ele, o foco das operações militares será redirecionado agora para a Faixa de Gaza. “Nosso foco agora é resgatar os reféns em Gaza e desmantelar o regime do Hamas”, afirmou.
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Israel retomou os ataques na região de Gaza em março, após uma trégua de dois meses. Apesar da liberação parcial de ajuda humanitária, há registros de confrontos e longas filas nos pontos de distribuição de alimentos, aprofundando a crise humanitária enfrentada pelos civis palestinos.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump reconheceu a entrada em vigor do cessar-fogo, mas foi crítico em relação às ações tanto do Irã quanto de Israel.
“Israel precisa se acalmar. Eu tenho que fazer Israel se acalmar”, disse Trump antes de embarcar para a cúpula da Otan, em Haia. Nas redes sociais, o republicano reforçou sua posição: “Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação”.
Desde o início do conflito, o governo norte-americano tem buscado atuar como principal mediador das negociações de paz, mesmo enfrentando críticas internas e externas.
Por Indra Miranda | Revisão: Redação
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