O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, reapareceu nesta quinta-feira (26) para declarar que o país saiu vitorioso da guerra-relâmpago de 12 dias contra Israel. Em discurso transmitido pela TV estatal, ele afirmou que o Irã resistiu aos ataques israelenses e norte-americanos e deu um “tapa na cara” dos Estados Unidos.
Khamenei destacou a atuação da Guarda Revolucionária Iraniana e afirmou que as instalações nucleares iranianas continuaram intactas, apesar dos bombardeios. “Os americanos fracassaram em seus objetivos e exageram para encobrir suas próprias falhas”, disse o líder.
Por outro lado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou que o Irã não retirou seu programa nuclear dos locais oficiais, indicando que a ameaça ligada ao desenvolvimento dessas armas permanece.
O conflito entre Irã e Israel se intensificou nas últimas semanas com ataques mútuos, incluindo bombardeios de instalações nucleares iranianas coordenados pelos Estados Unidos. O aumento da tensão levantou o temor de uma guerra regional.
Para conter o conflito, Trump anunciou, em 24 de junho, um cessar-fogo verbal entre os dois países. O acordo, no entanto, é informal, pois não foi assinado por nenhuma das partes. A trégua previa que o Irã interrompesse os ataques nas primeiras 12 horas e Israel fizesse o mesmo nas 12 horas seguintes.
Apesar da trégua, houve acusações mútuas de violações pouco depois do início da pausa nas hostilidades, e o cenário ainda é instável.
Khamenei, que permaneceu abrigado em um bunker durante os momentos mais críticos do conflito, reapareceu publicamente para reafirmar sua autoridade e motivar o apoio interno. Ele também destacou o ataque iraniano à base aérea americana de Al-Udeid, no Catar, como uma resposta simbólica à aliança entre Washington e Tel Aviv.
A notícia do cessar-fogo teve impacto imediato nos mercados internacionais, com queda de mais de 5% nos preços do petróleo e reação positiva das bolsas mundiais.
Líderes europeus seguem pressionando por um acordo duradouro, enquanto Israel mantém alerta máximo nas fronteiras. Analistas avaliam que o Irã busca capitalizar politicamente o fim do confronto, reforçando a narrativa de resistência contra a influência ocidental, enquanto o programa nuclear iraniano permanece no centro das preocupações globais.
Por David Gonçalves – Correspondente MD News na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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