O ativista brasileiro Thiago Ávila foi deportado de Israel nesta quinta-feira (12/6), após ser detido a bordo do veleiro Madleen, embarcação da iniciativa internacional Flotilha da Liberdade, que tentou furar o bloqueio israelense para entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Ao todo, doze ativistas partiram da Itália no dia 1º de junho com destino ao território palestino. A embarcação foi interceptada por forças navais israelenses em 9 de junho, a cerca de 185 quilômetros da costa de Gaza. Dos seis integrantes foram detidos, apenas Thiago Ávila era brasileiro.
Antes de ser deportado, Ávila se recusou a assinar documentos que validariam a versão de que teria entrado ilegalmente em território israelense. Como forma de protesto, iniciou uma greve de fome e água, o que resultou em sua transferência para uma cela isolada.
Israel divulgou uma foto do ativista já dentro do avião, de costas, carregando um violão e conversando com uma comissária. A imagem foi publicada em perfil oficial do governo com a legenda provocativa: “Bye-bye”.
O Itamaraty chegou a enfrentar dificuldades para acompanhar o caso, já que as relações diplomáticas entre Brasil e Israel estão abaladas desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou as ações militares em Gaza ao Holocausto. O Brasil não tem embaixador em Tel Aviv, e os canais diplomáticos estão limitados. Diante disso, a companheira de Thiago chegou a procurar pessoalmente o Ministério das Relações Exteriores no Palácio Itamaraty, em Brasília, em busca de apoio.
Outros ativistas, como a sueca Greta Thunberg, dois franceses e um espanhol, também foram deportados nos últimos dias. Dois franceses ainda seguem detidos na prisão de Givon, com previsão de expulsão até esta sexta-feira (13/6).
Por David Gonçalves – correspondente MD News na Itália | Revisão: Daniela Gentil
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