A Justiça italiana decidiu manter a prisão preventiva da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), negando a solicitação feita por seus advogados para que ela fosse transferida ao regime domiciliar.
A deliberação, divulgada na sexta-feira (15), ocorreu após audiência realizada no Tribunal de Apelações de Roma na quarta-feira (13). A atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) teve papel determinante, apresentando documentos e fundamentos jurídicos que reforçaram a legalidade da custódia cautelar no contexto do processo de extradição.
A defesa de Zambelli havia alegado que a parlamentar enfrenta problemas de saúde, incluindo a síndrome de Ehlers-Danlos, agravados pelo período de detenção. Sobre esse ponto, a AGU informou que a questão ainda será avaliada pela Justiça italiana, que determinou a realização de uma perícia médica oficial.
O exame foi realizado hoje, 18 de agosto, e o laudo será apresentado na próxima audiência, marcada para 27 de agosto. O laudo será discutido nessa nova audiência, quando o tribunal decidirá se Zambelli seguirá em prisão cautelar ou se poderá ser transferida para regime domiciliar por motivos médicos, declarou a AGU.
Carla Zambelli foi presa em 29 de julho, em Roma, após a Justiça brasileira solicitar sua inclusão na lista vermelha da Interpol, em decorrência de sua condenação pelo STF a dez anos de prisão por invasão ao sistema do CNJ e falsidade ideológica, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. O processo de extradição segue em andamento.
Até a realização da audiência, a deputada permanecerá detida na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, enquanto a Justiça italiana analisa o laudo médico que poderá alterar o regime de sua prisão.
Por David Gonçalves, correspondente MD News na Europa | Revisão: Daniela Gentil
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