A Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a prisão preventiva do rapper Oruam, de 23 anos, filho do traficante Marcinho VP. A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (23), um dia após o artista se entregar à Polícia Civil, em Jacarezinho. Oruam responde por sete crimes, entre eles tráfico de drogas, associação ao tráfico, desacato, lesão corporal e ameaça.
Segundo a investigação, o artista teria impedido uma ação policial em sua casa na última segunda-feira (21), quando um adolescente foragido, supostamente ligado ao Comando Vermelho, conseguiu escapar com ajuda de Oruam. Os agentes também relataram que foram recebidos com pedras e insultos. O Ministério Público apontou “desprezo pela Justiça” e conduta agressiva como justificativa para o pedido de prisão.
Após se entregar, Oruam foi transferido para o Complexo de Gericinó e está recolhido em uma cela individual, na ala do presídio Bangu 3A, que abriga integrantes do Comando Vermelho. O artista tem direito a quatro refeições diárias e está isolado da população carcerária.
A defesa de Oruam sustenta que ele é inocente, não tem envolvimento com o crime organizado e afirma que sua renda vem exclusivamente da música. Em nota, os advogados alegaram que o artista está sendo alvo de “criminalização por origem” e que o caso tem sido usado como pauta política por ele ser filho de um traficante conhecido.
Nas redes sociais, familiares demonstraram preocupação com o impacto da prisão. “Isso vai destruir meu pai”, disse um dos irmãos do rapper. A mãe do jovem também se pronunciou emocionada.
Com a decisão da Justiça, Oruam permanecerá preso enquanto o inquérito avança. Ainda não há previsão de novo interrogatório ou audiência.
Mesmo cercado por polêmicas, o rapper segue com apoio de fãs e familiares, enquanto a Justiça aprofunda as investigações.
Por Kátia Gomes | Revisão: Daniela Gentil
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