Estresse e alterações hormonais estão entre os sintomas; mulheres são as mais propensas a desenvolver a doença
Diagnosticada com esclerose múltipla (EM), a modelo Carol Ribeiro, de 43 anos, detalhou em entrevista ao Fantástico, no último domingo (13), os sintomas que vinha enfrentando e o caminho até a confirmação da doença.
Antes do diagnóstico, Carol chegou a tomar suplementos por conta própria e recebeu diagnósticos variados — de deficiência de ferro a problemas na tireoide. Foi somente após uma conversa com uma amiga médica, que levantou a suspeita de algo mais sério, que ela procurou um neurologista. A confirmação veio por meio de uma ressonância magnética.
“Era o corpo avisando, mas eu empurrava”, lembrou a modelo.
Sinais anteriores foram ignorados
Carol também relembrou um episódio ocorrido em 2015, quando perdeu temporariamente o movimento do braço esquerdo. Como os sintomas desapareceram rapidamente, ela não procurou ajuda médica. “Se eu tivesse investigado antes, talvez o diagnóstico viesse mais cedo”, disse.
Esse tipo de relato reforça a importância do diagnóstico precoce da esclerose múltipla (EM), que é essencial para retardar a progressão da doença, preservar funções neurológicas e evitar danos permanentes.
O que é esclerose múltipla?
A esclerose múltipla é uma doença neurológica autoimune, crônica e progressiva que afeta o sistema nervoso central, mais especificamente o cérebro e a medula espinhal.
Na EM, o sistema imunológico ataca a bainha de mielina — uma espécie de “capa protetora” que envolve os neurônios e permite a condução eficiente dos impulsos nervosos. Quando essa capa é danificada, a comunicação entre o cérebro e o corpo é prejudicada, causando sintomas como:
Principais sintomas
- Fadiga extrema
- Formigamentos ou dormência nos membros
- Visão embaçada ou dupla
- Dificuldade de equilíbrio
- Alterações cognitivas e de humor
- Perda de força muscular
- Espasmos
- Em alguns casos, podem ocorrer alterações hormonais e agravamento por estresse
- A doença é mais comum em mulheres e costuma se manifestar entre os 20 e 40 anos.
Diagnóstico correto evita tratamentos equivocados
A esclerose múltipla pode ser confundida com outras condições, como distúrbios hormonais, problemas de tireoide e até carência nutricional, o que pode atrasar o diagnóstico. Ter um diagnóstico preciso evita tratamentos desnecessários e permite o início da terapia adequada, fator essencial para conter a progressão da doença.
Tratamento pelo SUS tem novidade
Recentemente, pacientes com esclerose múltipla do tipo remitente-recorrente passaram a contar com uma nova opção de tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS): a cladribina oral.
O medicamento reduz as reações inflamatórias provocadas pela doença e é indicado para pacientes que não respondem bem ao natalizumabe — remédio já disponível no SUS.
Apesar de inicialmente rejeitada pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), a cladribina foi aprovada após proposta de preço e novas evidências científicas que comprovam sua eficácia prolongada.
Um dos principais benefícios do tratamento é a facilidade de administração: comprimidos tomados por no máximo 20 dias em dois anos, com menor necessidade de monitoramento e redução dos custos operacionais.
Por: Laís Queiroz I Revisão: Sara Santos