O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (21), que a Polícia Federal abra uma investigação sobre suspeitas de uso de informações privilegiadas envolvendo o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A apuração envolve indícios de insider trading, com negociações de dólar que teriam gerado lucros expressivos, de até 50%, antes da medida anunciada pelo governo norte-americano.
A decisão atende a um pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao STF na semana passada, no âmbito do inquérito que investiga as ações do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA.
Segundo a AGU, o objetivo da ação é investigar movimentações atípicas no mercado cambial brasileiro antes e depois do anúncio da taxação dos Estados Unidos ao Brasil. O órgão aponta indícios de uso de informação sigilosa.
“À luz dos fatos noticiados, podemos inferir que eles se inserem em contexto no qual os fatos já em apuração neste inquérito estão além dos ilícitos penais já indicados na Pet 14.129 pela Procuradoria-Geral da República, relacionados à obstrução da Justiça, mas também com possíveis ganhos financeiros ilícitos, mediante os mesmos fatos que buscaram impor embaraço à aplicação da lei penal”, diz a solicitação.
Na decisão assinada nesta segunda-feira, Moraes determinou que a solicitação da AGU seja transformada em uma petição apartada do inquérito de Eduardo Bolsonaro e tramite em sigilo.
Vale ressaltar que operar com informações privilegiadas no mercado financeiro é considerado crime no Brasil.
Por Arthur Moreira | Revisão: Daniela Gentil
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