As ações da Tesla despencaram após o bilionário Elon Musk anunciar a criação de um novo partido político nos Estados Unidos. A movimentação gerou preocupação entre os investidores quanto ao grau de comprometimento do CEO com a liderança da montadora nos próximos anos. Como resultado, a empresa perdeu cerca de US$ 13,5 bilhões em valor de mercado — o equivalente a aproximadamente R$ 70 bilhões.
Porém, mesmo com as ações da fabricante de veículos elétricos caindo mais de 4% por volta das 11h da segunda-feira (7), o bilionário continua sendo o homem mais rico do mundo. Conforme o ranking de bilionários em tempo real da Forbes, seu patrimônio equivale a US$ 393,1 bilhões (cerca de R$ 2,1 trilhões).
Novo partido
Por não apoiar o One Big Beautiful Bill, pacote de cortes de impostos e gastos do presidente Donald Trump, Musk apresentou o America Party — em português, o Partido da América. O CEO já disse que não pretende ser candidato nas eleições e ele também nem pode, já que nasceu na África do Sul. A ideia de criar esse partido é para aumentar a disputa por assentos na Câmara e no Senado, com objetivo de modificar o arranjo político — o bipartidarismo — que sustenta o governo há anos.
Para acalmar os investidores, em maio de 2024 o CEO afirmou que reduziria seus gastos públicos e continuaria à frente da Tesla por mais cinco anos. Porém, conforme vimos anteriormente, muitos não estão satisfeitos com a ideia, principalmente depois da Tesla registrar outra queda nas entregas de veículos. Ao todo, a organização já teve uma perda superior a 21% em 2025.
Após ter apoiado o atual presidente nas eleições, gastando cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhões), e ter sido diretor do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (Doge), a relação entre Musk e Trump esfriou. Agora, os dois estão trocando farpas pelo Twitter. A “amizade” terminou oficialmente quando Trump anunciou o pacote fiscal de US$ 1,6 trilhão, e um dos cortes foi retirar o programa de criação dos veículos elétricos.
Trump ainda afirmou que Musk já sabia que ele tomaria essa ação há meses. Em resposta, o bilionário disse que sem o seu apoio, o presidente teria perdido as eleições, os democratas controlariam a Câmara e os republicanos estariam em desvantagem de 51 a 49 no Senado.
Por Pietra Gomes | Revisão: Daniela Gentil
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