A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou, nesta quinta-feira (11), que uma nova análise de especialistas internacionais reforçou que as vacinas não têm relação com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), reafirmando as conclusões obtidas de estudos há mais de duas décadas.
“Hoje, a OMS divulga uma nova análise do Comitê Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas que, com base nos dados disponíveis, não estabeleceu nenhuma relação de causalidade entre vacinas e autismo“, declarou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva na Genebra.
O comitê examinou 31 estudos realizados em vários países e publicados entre 2010 e 2025 para avaliar se poderia haver relação entre autismo e vacinas usadas na infância e na gravidez, que podem conter tiomersal, conservante utilizado em imunizantes, e adjuvantes à base de alumínio.
“O comitê concluiu que as evidências não mostram qualquer relação entre vacinas e autismo, inclusive aquelas que contêm alumínio ou tiomersal”, destacou o chefe da OMS.
Ele também afirmou que este é o quarto exame desse tipo, após análises semelhantes realizadas em 2002, 2004 e 2012. “Todos chegaram à mesma conclusão: vacinas não causam autismo”, insistiu Tedros, sublinhando que as imunizações salvam vidas.
Tedros acrescentou que “nos últimos 25 anos, a mortalidade de crianças menores de cinco anos caiu mais da metade, de 11 milhões de mortes anuais para 4,8 milhões”, e afirmou que as vacinas são “a principal razão” para essa redução.
Em novembro, o secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., falou em entrevista ao New York Times que havia instruído pessoalmente o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país a mudar sua posição de longa data de que as vacinas não causam autismo.
Vários anos de pesquisa científica já comprovaram que não há qualquer vínculo causal entre vacinas e o autismo ou outros distúrbios do desenvolvimento neurológico. A hipótese que associa a imunização contra sarampo, caxumba e rubéola (a tríplice viral) ao autismo surgiu a partir de um estudo fraudulento divulgado em 1998, posteriormente anulado, e cujas conclusões foram repetidamente refutadas por pesquisas realizadas depois disso.
Com informações de AFP.
Por Arthur Moreira | Revisão: Pietra Gomes
LEIA TAMBÉM: Ministério da Saúde encerra Sala de Situação de combate à intoxicação por metanol



