O Rio de Janeiro amanheceu nesta terça-feira (10) sob o impacto de mais uma megaoperação policial. A ação, realizada no Complexo do Israel, na Zona Norte, tinha como alvo criminosos ligados à facção Terceiro Comando Puro (TCP). O resultado foi um cenário de pânico: vias expressas interditadas, transporte público paralisado, aulas suspensas e passageiros aterrorizados.
A Avenida Brasil e a Linha Vermelha foram bloqueadas, afetando ônibus, trens e o BRT. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) suspendeu as atividades nos campi afetados. Escolas também fecharam. Cenas de medo se espalharam nas redes sociais: pessoas ajoelhadas rezando dentro de ônibus, passageiros e motoristas deitados no chão, tentando escapar dos disparos.
Pessoas foram atingidas pelos disparos
Quatro pessoas foram baleadas durante os confrontos:
Evanil, motorista de ônibus, foi baleado no braço enquanto dirigia. Mesmo ferido, seguiu no volante. Passageiros improvisaram um torniquete e conduziram o ônibus até o quartel do Corpo de Bombeiros, onde foi socorrido.
Marcelo Silva Marques, 54 anos, foi ferido no braço e está internado em estado estável no Hospital Adão Pereira Nunes.
Jerry Henrique Rodrigues das Chagas, 47 anos, foi atingido no pé. Está consciente e estável.
João André dos Santos, 62 anos, sofreu perfuração no cotovelo. Está orientado e consciente.
Detalhes da operação policial
A Polícia Civil informou que 14 pessoas foram presas e cinco fuzis, granadas, drogas e um coquetel molotov foram apreendidos. Duas construções usadas pelos criminosos para atacar forças de segurança também foram demolidas. A operação contou com agentes de elite e investigação de mais de sete meses.
O TCP, segundo a polícia, controla áreas do Complexo do Israel com drones, câmeras, barricadas e até “toque de recolher” imposto a moradores. As ações criminosas já teriam interferido em pousos de helicópteros da polícia e dos bombeiros.
O clima de medo é constante
Apesar da operação ter conseguido prender suspeitos e apreender armamento pesado, o saldo para a população foi mais uma manhã de pavor. E, para quem acompanha de fora, a pergunta inevitável é: até quando os moradores do Rio viverão sob o som dos tiros, tentando apenas chegar ao trabalho e voltar para casa?
Por David Gonçalves | Revisão: Daniela Gentil
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