O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy foi liberado nesta segunda-feira (10) do presídio de La Santé, em Paris, após passar pouco menos de três semanas detido. A Justiça concedeu a ele liberdade provisória, enquanto aguarda o julgamento do recurso que apresentou contra uma sentença de cinco anos de prisão, por suposto financiamento ilegal de campanha com recursos da Líbia.
A decisão partiu da Corte de Apelações, que atendeu ao pedido da defesa sob o argumento de que Sarkozy não oferece risco de fuga. O tribunal, no entanto, impôs restrições judiciais, como a proibição de deixar o território francês e o impedimento de contato com pessoas ligadas ao processo.
Em videoconferência, o ex-presidente de 70 anos disse que o período na prisão foi “muito duro” e agradeceu aos funcionários do presídio por terem “tornado o pesadelo suportável”.
Condenação e acusações
Sarkozy, que governou a França entre 2007 e 2012, foi condenado em setembro deste ano por associação criminosa. Segundo a acusação, ele teria recebido milhões de euros do regime de Muammar Kadhafi para financiar sua campanha presidencial de 2007, em troca de favores políticos e apoio internacional.
O ex-presidente nega todas as acusações e afirma ser vítima de perseguição judicial. Ao ser preso, declarou que dormiria na cela “de cabeça erguida”.
Além de Sarkozy, outras 11 pessoas foram julgadas. O ex-ministro Claude Guéant foi condenado por corrupção, enquanto o tesoureiro de campanha Éric Woerth acabou absolvido.
O caso se baseia em testemunhos de ex-funcionários líbios, registros de viagens oficiais e anotações do então ministro do Petróleo líbio, Shukri Ghanem, encontrado morto em 2012, em Viena.
Histórico judicial
Esta não é a primeira vez que Sarkozy enfrenta condenações. Em outro processo, conhecido como “caso das escutas”, ele havia recebido pena de um ano de prisão por corrupção e tráfico de influência, mas conseguiu cumpri-la em regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica.
Por Marília Duarte | Revisão: Daniela Gentil
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