O fim de uma era em Munique. Após 25 anos vestindo a camisa do Bayern, Thomas Müller se despediu do clube que ajudou a escrever capítulos inesquecíveis na história do futebol alemão e mundial. O meia-atacante atuou pela última vez na derrota contra o PSG por 2 a 0, neste sábado (5), em Atlanta, pelas quartas de final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025.
Despedida em campo
Thomas Müller entrou em campo aos 35 minutos do segundo tempo, quando o Bayern já perdia por 1 a 0 para o Paris Saint-Germain. Com dois jogadores a mais, após as expulsões de Pacho e Lucas Hernández, o time bávaro tentou reagir, mas acabou sofrendo mais um gol nos acréscimos, marcado por Ousmane Dembélé. A derrota decretou a eliminação no Mundial e também o fim oficial da passagem do camisa 25 pelo clube alemão.
Títulos, números e legado
Foram mais de 25 anos de história vestindo a mesma camisa. Revelado nas categorias de base, Müller se despede com um legado inquestionável: 756 partidas como profissional, 250 gols marcados e 222 assistências. É o terceiro maior artilheiro da história do Bayern de Munique, atrás apenas de Robert Lewandowski e Gerd Müller – outro ídolo eterno do clube e do futebol alemão.
Müller também é o maior campeão da história do Bayern, acumulando conquistas em praticamente todas as competições que disputou. Foram 13 títulos da Bundesliga, seis Copas da Alemanha, oito Supercopas nacionais, duas Ligas dos Campeões da UEFA, duas Supercopas da UEFA e dois Mundiais de Clubes. Pela seleção alemã, alcançou o maior troféu de todos: a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Sem a badalação midiática de outros astros da sua geração, Müller construiu uma das carreiras mais consistentes e vitoriosas do futebol mundial. Com 513 partidas pela Bundesliga, é também o jogador com mais jogos na história do campeonato e o líder isolado em assistências: 175 no total. Um dado que resume a essência do jogo coletivo, sempre em favor da equipe.
Origens bávaras e futuro indefinido
Nascido em Weilheim in Oberbayern, uma vila na Alemanha, que fica a poucos quilômetros de Munique, Müller chegou ao Bayern aos dez anos de idade, após começar a escolinha no TSV Pähl. Sua estreia como profissional aconteceu aos 18, contra o Hamburgo, em uma partida curiosamente disputada contra Vincent Kompany – hoje técnico do próprio Bayern.
Com 35 anos, a saída do Bayern já havia sido anunciada oficialmente em abril, mas o jogador ainda avalia os próximos passos da carreira. Segundo a imprensa europeia, ele estaria em negociação com clubes da Major League Soccer (MLS), nos Estados Unidos, embora não descarte a aposentadoria.
O símbolo do “Mia San Mia”
Ídolo, símbolo, referência. Se há um jogador que encarnou como ninguém o espírito do Bayern de Munique, esse alguém foi Thomas Müller. Nenhum outro compreendeu tão bem o que significa “Mia San Mia”, expressão em dialeto bávaro que traduz a identidade coletiva do clube mais vencedor da Alemanha e um dos gigantes do futebol europeu. Müller foi, de fato, o Bayern em estado puro: leal, vencedor, comprometido e, acima de tudo, genuinamente apaixonado pela camisa que defendeu por toda a vida.
Por Inês Becegato | Revisão: Daniela Gentil
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