O cantor Toni Garrido gerou forte polêmica ao mudar a letra da música Girassol por considerá-la machista. Durante o programa Altas Horas, que foi ao ar no último sábado (4), ele disse que depois de décadas percebeu um “tom heteronormativo” Por isso ao invés de mantê-la como “Já que pra ser homem tem que ter / a grandeza de um menino, de um menino”, trocou por “Já que pra ser homem tem que ter / a grandeza de uma menina, de uma mulher”.
Já nesta segunda (6), após a repercussão, Garrido publicou no seu Instagram um texto em que explica a alteração. “Que curioso a polarização das palavras. De uma coisa tão simples e que dentro de tantas coisas incríveis, a gente vê uma discussão enorme por causa da semântica, do entendimento dessas palavras. Na realidade, de uma mudança, de uma palavra”, considerou o cantor. “Quem sou eu pra dizer se você pode cantar ou não pode cantar do jeito que você quiser ?! A arte é livre”, completou.
Mas a reação não foi positiva. O compositor do hit, Da Ghama, em suas redes sociais, declarou que se sentiu desrespeitado com alteração:
“A ideia básica de colocar a grandeza de um homem na pureza de um menino traduz na verdade o sentimento de a gente poder fazer uma crítica em relação aos homens que fazem a guerra. A gente entende que é o menino que tem capacidade humana de trazer luz aos pensamentos obscuros que incentivam a positividade. Agora, coisa machista, heteromachista? longe disso. Na verdade é uma poesia em que quando se fala no menino, a gente fala no sentido do homem que faz a guerra se colocar no espaço de uma criança e ter esse reencontro com a humildade, a doçura e a pureza.”
Além disso, houve debate sobre se a arte deve passar por revisionismo ou manter sua concepção original mesmo que alguns termos e contextos não sejam tão bem aceitos anos depois. Ainda não se sabe se haverá a mudança da letra nos shows do Cidade Negra.
Por Paulo Octavio | Revisão: Daniela Gentil
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