Pela primeira vez, mais da metade dos brasileiros acessaram a internet por meio de televisão. Em 2024, 53,5% dos usuários afirmaram usar a televisão para navegar nas redes, segundo dados da PNAD Contínua divulgados pelo IBGE. O número representa um salto expressivo em relação a 2016, quando somente 11,3% utilizavam o aparelho com a finalidade.
Novo ponto de acesso
O crescimento no usa da TV para acessar as mídias sociais reflete mudanças no perfil e nas condições da população. Em 2019, o índice era de 32,3%. Agora, em 2024, o uso dobrou. Entre os estudantes, o consumo varia conforme a rede de ensino: 72,7% dos alunos da rede privada utilizam a televisão, enquanto o índice na rede pública é de 53,2%.
Acesso aumentado, mas desigual
O levantamento comprova que o Brasil tinha, em 2024, cerca de 188,5 milhões de pessoas com 10 anos ou mais, sendo que 89,1% usaram a internet nos últimos três meses, cerca de 168 milhões de pessoas. A maioria dessas pessoas vive em áreas urbanas (90,2%), enquanto as áreas rurais equivalem a 81,0%.
Por cor e idade
Entre os recortes por cor ou raça, 90% das pessoas brancas usaram a internet, contra 88,6% das pessoas pardas e 88,4% das pretas. Outro grupo que teve crescimento expressivo é os idosos: em 2019, 44,8% usavam a internet. Em 2024, os dados chegaram a 69,8%, acompanhando a tendência geral de aumento para todas as faixas etárias.
Segue o líder: celular
Apesar do crescimento da televisão, o celular ainda é o principal meio de acesso com 98,8%. Em seguida vêm a televisão (53,5%), microcomputador (33,4%) e pelo tablet (8,3%). O digital faz parte do dia a dia da maioria dos brasileiros, já que 95,2% acessam a rede diariamente. A outra parte (1,9%) entram quase todos os dias, e 2,4% de uma a quatro vezes na semana.
Entre os principais uso, estão:
- Chamadas de voz ou vídeo (95,0%).
- Envio de mensagens de texto ou voz (90,2).
- Assistir a vídeos, programas, séries e filmes (88,5%).
- Uso de redes sociais (84,2%).
- Ouvir músicas, rádio ou podcast (83,5%).
- Acessar bancos ou outras instituições financeiras (71,2%).
- Ler jornais, notícias, livros ou revistas pela Internet (68,9%).
- Enviar ou receber e-mails (60,8%).
Quando falamos de serviços digitais, de 2022 a 2024, os que mais cresceram foram:
- Acesso a bancos e instituições financeiras (de 60,1% para 71,2% dos usuários).
- Compras e encomendas online (de 42,0% para 48,1%).
- Serviços públicos (de 33,4% para 38,8%).
Mesmo estando mais frequente no cotidiano da sociedade, os dados expõem contrastes que precisam ser enfrentados, como desigualdade no acesso em áreas urbanas e rurais, entre escolas públicas e privadas, e entre alguns grupos sociais. Portanto, o Brasil precisa focar na criação e implementação de políticas públicas que garantem qualidade para esse acesso, oferecendo oportunidades reais!
Por: Pietra Gomes | Revisão: Laís Queiroz
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