O sonho do título inédito no Mundial de Vôlei Feminino bateu na trave mais uma vez. Atual vice-campeã do torneio, a seleção brasileira fez um grande jogo diante da Itália, mas acabou derrotada de virada por 3 sets a 2, neste sábado (6), em Bangkok, na Tailândia, com parciais de 22/25, 25/22, 28/30, 25/22 e 15/13. Com o resultado, as italianas avançaram à decisão contra a Turquia neste domingo (7), às 9h30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do Sportv 2. Antes, às 5h30 (horário de Brasília), o Brasil encara o Japão em busca da medalha de bronze, também com exibição ao vivo pelo canal.
Atuação consistente, mas sem final feliz
Apesar da derrota, a seleção brasileira mostrou qualidade em quadra. A capitã Gabi, Julia Kudiess, Rosamaria, Diana e Marcelle tiveram grande participação, e o time se destacou especialmente no bloqueio, somando incríveis 22 pontos no fundamento. Gabi foi a maior pontuadora brasileira, com 29 pontos, seguida por Rosamaria, que anotou 20. Pelo lado italiano, Antropova brilhou com 28 pontos, enquanto a estrela Paola Egonu decidiu nos momentos finais, principalmente no tie-break.
Como foi o jogo
- Primeiro set
A seleção começou a partida com intensidade e agressividade no saque. Logo abriu 7 a 4, depois 10 a 6, obrigando o técnico Julio Velasco a pedir tempo. Com defesa sólida e alto volume de jogo, as brasileiras ampliaram para 14 a 7 e depois 17 a 10, em ataque de Rosamaria. A Itália reagiu com a entrada de Antropova, substituindo Egonu, que não teve bom início. Foram três pontos seguidos da oposta, diminuindo a diferença para 17 a 14. O bloqueio brasileiro voltou a funcionar e devolveu a tranquilidade. A situação das italianas ainda piorou quando a levantadora Alessia Orro torceu o tornozelo e precisou sair de quadra com dores. Aproveitando o bom momento, o Brasil confirmou a vitória por 25 a 22.
- Segundo set
Com Orro de volta à quadra, o segundo set começou equilibrado, mas logo a Itália assumiu a dianteira: 5 a 3 e depois 8 a 5. Mesmo com o pedido de tempo de Zé Roberto, o Brasil não conseguia rodar as bolas, e as italianas abriram 11 a 6. A reação brasileira veio em dois longos rallys, coroada por um bloqueio de Julia Bergmann em cima de Antropova, empatando em 12 a 12. A parcial seguiu disputada ponto a ponto, mas Gabi errou um ataque na reta final, e a Itália abriu 20 a 16. O Brasil ainda tentou encostar, diminuindo para 21 a 20, mas as rivais foram mais consistentes nos momentos decisivos e fecharam em 25 a 22, igualando o confronto.
- Terceiro set
A terceira parcial foi um verdadeiro teste para os nervos. O Brasil começou melhor, abrindo 4 a 2, mas a Itália logo buscou o empate e virou em 7 a 5. O equilíbrio seguiu, com Antropova carregando o ataque europeu e Kudiess respondendo com um paredão no bloqueio: 14 a 13 para o Brasil. O duelo seguiu intenso, com alternância de pontos e clima de decisão em quadra. Nos momentos finais, as duas equipes deram o seu máximo e disputaram ponto a ponto, até que Julia Bergmann e Kudiess montaram o paredão e brilharam, fechando a parcial em 30 a 28.
- Quarto set
O quarto set começou equilibrado, com 7 a 7 no placar, mas a Itália aproveitou erros brasileiros e abriu 17 a 13. Em uma recuperação absurda e com aulas de bloqueio, o Brasil empatou o marcador em 21 a 21, mas dessa vez, Paola Egonu mostrou o motivo de ser considerada uma das maiores atacantes do mundo. Cresceu nos pontos finais, desestabilizou a defesa brasileira e garantiu a vitória italiana por 25 a 22, forçando o tie-break.
- Quinto e decisivo set
No set decisivo, a tensão tomou conta da quadra. A Itália largou na frente, mas o Brasil virou para 5 a 4 e depois fez 7 a 6 após erro de Nervini. A virada italiana veio logo em seguida, quando Roberta tentou uma bola de segunda que não deu certo, e Sylla aproveitou para marcar: 8 a 7. O Brasil não desistiu, e Diana recolocou o time em vantagem ao bloquear, fazendo 13 a 12. Mas nos momentos decisivos, Egonu voltou a brilhar. Com ataques potentes e precisos, comandou a reta final, e a Itália fechou em 15 a 13.
Com o ponto final, as italianas se jogaram no chão para comemorar a classificação, enquanto as brasileiras deixaram a quadra chorando muito com a frustração de mais uma semifinal perdida, mas com a certeza de ter lutado até o último lance.
Por: Inês Becegato | Revisão: Daniela Gentil
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