Em meio a intensas pressões políticas, o ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA), enfrenta forte possibilidade de deixar o cargo nas próximas semanas. A pressão vem principalmente do partido União Brasil, que recentemente decidiu romper com a base governista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e exige o desembarque de seus filiados do primeiro escalão do governo federal.
Apesar de negar publicamente a intenção de sair e afirmar o compromisso com o desenvolvimento do setor turístico, Sabino tem se mantido em um difícil jogo político, tentando equilibrar sua permanência no ministério e as exigências do partido, que já definiu um prazo para sua saída e ameaça até expulsá-lo caso ele resista.
A saída de Sabino ocorre em um momento crítico para o turismo nacional, às vésperas da COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que o Brasil sediará e que promete grande impacto econômico e turístico para o país. A COP 30 está marcada para acontecer na região que Sabino representa, o Pará, e a liderança ministerial é vista como fundamental para a articulação política e infraestrutura necessária para o evento.
Fontes do governo indicam que, apesar da possível troca no comando do ministério, a organização da COP 30 deve seguir normalmente, com uma equipe técnica especializada preparada para manter o ritmo dos preparativos. Além disso, cotas internas do MDB local já sinalizam abertura para receber Sabino, o que poderia garantir sua permanência no governo, mesmo fora do União Brasil.
Especialistas avaliam que a saída de Sabino pode representar um desafio temporário, mas que o impacto direto na preparação da COP 30 será mitigado pela continuidade das políticas e pelo envolvimento das diversas esferas governamentais no evento.
O desenrolar dessa situação política será decisivo para o turismo brasileiro, que, segundo dados recentes, recebeu mais de 6,5 milhões de turistas internacionais entre janeiro e agosto de 2025, gerando um impacto econômico de mais de R$ 26 bilhões. A expectativa é que o ministério mantenha seu foco, independentemente de mudanças na gestão, para garantir o sucesso da COP 30 e fortalecer o setor no país.
Por Joshua Perdigão | Revisão: Daniela Gentil
VEJA TAMBÉM: Brasil negocia repasses da ONU para garantir hospedagem de delegações na COP 30