O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, condenou o Hamas e o ataque de 7 de outubro durante um discurso por vídeo na ONU nesta quinta-feira (25). Ele declarou que o grupo radical “não terá papel na governança” de um futuro Estado palestino.
Abbas foi obrigado a falar por videoconferência porque a Casa Branca negou vistos a diplomatas palestinos para participarem da Assembleia Geral. Em sua fala, também classificou a ofensiva israelense na Faixa de Gaza como uma “guerra de genocídio” e denunciou a violência praticada por colonos israelenses contra palestinos na Cisjordânia ocupada.
“Apesar de todo o sofrimento do nosso povo, rejeitamos o que o Hamas fez em 7 de outubro, ações que atingiram civis israelenses e resultaram em sequestros”, disse Abbas. “Essas atitudes não representam o povo palestino nem sua legítima luta por liberdade e independência”, acrescentou.
O líder palestino agradeceu ao Canadá, ao Reino Unido, à França e a outros países ocidentais que recentemente reconheceram o Estado da Palestina. Ele destacou ainda que já foi criado um comitê encarregado de elaborar uma Constituição provisória, como parte dos esforços para consolidar um país democrático.
Segundo Abbas, a Faixa de Gaza seguirá sendo parte integrante do Estado palestino, e a Autoridade Palestina está pronta para assumir “total responsabilidade pela governança e pela segurança”. Ele reforçou que “o Hamas não terá qualquer papel na administração”.
“O Hamas e demais facções deverão entregar suas armas à Autoridade Nacional Palestina, dentro de um processo de construção das instituições do Estado, de um sistema legal e de forças de segurança oficiais. Reafirmamos que não queremos um Estado armado”, concluiu.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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