A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu um casal suspeito de assassinar brutalmente três pessoas, um bebê de dois meses, a mãe da criança e um adolescente, no município de Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os corpos foram encontrados na terça-feira (22), enterrados, em uma área de mata às margens de um rio.
As vítimas foram identificadas como Kauany Martins Kosmalski, de 18 anos, seu filho Miguel Martins Kosmalski, de apenas dois meses, e Ariel Silva da Rosa, de 16 anos. O desaparecimento dos três havia sido registrado no domingo (20).
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Marcela Smolenaars, o crime foi cometido por um pai de santo, apontado como o pai biológico do bebê, e por sua esposa. A motivação, segundo a investigação, estaria ligada ao ciúme da companheira e ao receio de que a relação extraconjugal do religioso viesse a público, prejudicando sua posição como líder espiritual. Kauany teria ameaçado revelar o envolvimento com o pai de santo, que ocorreu quando ela ainda era menor de idade.
“O motivo para a barbárie envolve o bebê, filho indesejado do pai de santo com a jovem quando ela ainda era menor de idade, e também o ciúmes da esposa e o medo de perder o posto de pai de santo em razão do envolvimento com a fiel”, afirmou a delegada.
Ariel, segundo a polícia, era amigo de Kauany e do casal, além de frequentador da casa do pai de santo. Ele teria sido morto por saber demais sobre o relacionamento e os conflitos envolvidos.
Conforme apuração da polícia, os três foram assassinados a facadas. Os corpos foram colocados no veículo do casal e transportados até a área de mata, onde foram enterrados. “Foram descartados em um buraco, na beira de um rio, com madeiras e galhos por cima”, informou a Polícia Civil. A perícia realizada pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) ainda irá determinar a causa exata da morte do bebê.
O pai de santo foi preso na terça-feira (22), após confessar participação no crime durante interrogatório. Já a esposa dele se entregou na quarta-feira (23), após a casa onde o casal vivia ser incendiada por populares revoltados com o caso.
Em depoimento, a mulher admitiu ter esfaqueado Kauany, enquanto o marido teria matado Ariel. Nenhum dos dois deu detalhes sobre como Miguel foi morto. O casal tem uma filha de quatro anos.
A polícia indiciou os dois por feminicídio triplamente majorado contra Kauany por ter sido cometido com extrema crueldade, na presença do filho e mediante emboscada, além de homicídio quadruplamente qualificado contra Ariel e Miguel. Também foram apontados os crimes de corrupção de menores majorada e ocultação de cadáver.
Dois adolescentes, de 15 e 17 anos, foram apreendidos sob suspeita de ajudarem na ocultação dos corpos. A Justiça já recebeu os pedidos de prisão preventiva dos dois adultos e de internação provisória dos menores.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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