Em meio a reclamações sobre preços elevados em acomodações, o governo brasileiro apresentou medidas para garantir hospedagem temporária aos participantes da COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA).
A Embratur, responsável pela promoção internacional dos destinos brasileiros, anunciou nesta quarta-feira (16) a contratação de dois navios de cruzeiro — MSC Seaview e Costa Diadema — que serão usados como alternativa para suprir a demanda.
“Esses dois grandes navios vêm se somar às diversas soluções de hospedagem voltadas a todos os públicos que virão à COP – como delegações da ONU, observadores, organizações sociais, academia, empresariado”, afirmou o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia.
A UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) firmou um acordo com o governo brasileiro para definir as etapas de disponibilização das acomodações, sob supervisão da ONU.
Navios oferecerão até 6 mil leitos
Os navios ficarão atracados no porto de Outeiro, em Belém, e vão garantir hospedagem para as delegações oficiais. Serão cerca de 3.900 cabines e 6 mil leitos, com distribuição em duas etapas:
1ª Etapa: prioridade para 98 países em desenvolvimento e nações insulares (considerados mais vulneráveis), com diárias entre US$ 100 e US$ 220.
2ª Etapa: demais países e delegações, com acesso a hotéis e navios por até US$ 600 a diária.
Demanda e medidas complementares
A estimativa é que 45 mil pessoas participem da COP30. Além dos navios, escolas, casas particulares e prédios inabitados serão adaptados para acomodar os participantes.
Durante a conferência de Bonn (Alemanha), representantes de países participantes alertaram para o risco de falta de hospedagem e preços elevados. Na ocasião, Valter Correia apresentou as medidas brasileiras para atender à demanda:
“O que estamos garantindo é que todos possam vir a preços acessíveis. Não podemos deixar os países pequenos, os que mais sofrem com problemas relacionados às mudanças climáticas, de fora disso. Seria impensável”, disse.
Somente para delegações, jornalistas e observadores, a ONU estima a necessidade de 20 mil acomodações. Até agora, foram identificadas 30 mil vagas na cidade, número ainda distante da projeção total.
Nesta semana, o governo lançou um site oficial de reservas, com 1.500 quartos inicialmente destinados aos 98 países prioritários. Novas vagas serão liberadas gradualmente. Além disso, construção de hotéis e reformas de prédios fazem parte do plano para garantir estrutura à capital paraense.
Por Daniela Gentil | Revisão: Redação
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