Com a melhor campanha da fase classificatória, a Seleção Brasileira Masculina de Vôlei confirmou o favoritismo nas quartas de final da Liga das Nações (VNL) 2025. Nesta quarta-feira (30), venceu a China de virada por 3 sets a 1, com parciais de 29/31, 25/19, 25/16 e 25/21, em Ningbo, e avançou para a semifinal da competição após quatro anos.
Destaque ofensivo do confronto, Alan brilhou na virada brasileira ao marcar 26 pontos, como o principal nome da partida. Agora, a equipe comandada por Bernardinho chega a 12 vitórias em 13 partidas – sendo o único tropeço contra Cuba, ainda na primeira semana – e aguarda o desfecho do duelo entre Japão e Polônia, que se enfrentam nesta quinta-feira (31), para conhecer o adversário da semifinal.
Com o resultado, o Brasil volta a figurar entre os semifinalistas da Liga das Nações pela primeira vez desde que conquistou o título em 2021. Desde então, a seleção acumulava eliminações nas quartas de final: caiu diante dos Estados Unidos em 2022 e foi superada pela Polônia em 2023 e 2024. A equipe também parou nas quartas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, mantendo uma sequência de frustrações em fases decisivas.
O retorno às semifinais da VNL 2025 também simboliza o amadurecimento do processo de renovação iniciado por Bernardinho neste novo ciclo olímpico rumo a Los Angeles 2028. Com a saída de veteranos como o levantador Bruninho e o ponta Leal, o técnico abriu espaço para uma nova geração, que tem respondido bem à responsabilidade. Entre os nomes que vêm ganhando destaque estão o ponteiro Lukas Bergmann, o oposto Alan, o líbero Maique e o central Judson, pilares dessa nova fase da seleção brasileira.
Como foi o jogo
- Primeiro set
O Brasil começou a partida com intensidade e abriu 5 a 1 logo no início, aproveitando os contra-ataques. A seleção parecia confortável em quadra, mas os donos da casa reagiram rapidamente. Forçando o saque e apostando em um bloqueio bem montado, os chineses desestabilizaram a recepção brasileira e conseguiram a virada em 8 a 7, com ponto de bloqueio.
A partida seguiu equilibrada, mas a China manteve o embalo e abriu 19 a 16 após um erro de ataque do Brasil. Com Darlan na inversão, a seleção brasileira encostou no placar e empatou no 23 a 23. A reta final foi tensa: o Brasil teve uma chance de fechar o set com 26 a 25, mas desperdiçou. A China, por sua vez, teve seis set points até converter o último em um bloqueio, fechando a parcial em 31 a 29 após 37 minutos. Wen Z. H. brilhou com 10 pontos chineses.
- Segundo set
Embalada pela vitória no primeiro set, a China voltou mais confiante e novamente assumiu o controle do jogo no início da segunda parcial. A seleção da casa manteve-se à frente no placar e chegou a abrir 17 a 14 com boa sequência no ataque e no bloqueio. O Brasil, com baixo aproveitamento nos contra-ataques, passou a desperdiçar oportunidades, o que incomodou Bernardinho. O treinador optou por tirar Honorato e lançar Lucarelli, buscando mais equilíbrio em quadra.
A virada começou com Cachopa. Após pontuar e reduzir a vantagem chinesa em 17 a 15, o levantador foi para o saque e fez a diferença. Foram dois aces e uma série de serviços que quebraram a recepção chinesa, resultando em uma virada impressionante: de 17 a 15 contra para 23 a 17 a favor. A sequência de oito pontos consecutivos foi decisiva, e o Brasil fechou em 25 a 19, empatando o jogo.
- Terceiro set
Com a moral elevada após o bom desempenho na parcial anterior, o Brasil voltou à quadra mais confiante e impôs seu ritmo desde os primeiros pontos. Alan e Lukas Bergmann marcaram em sequência e colocaram o time à frente em 4 a 2. A China tentava responder e chegou a encostar em 13 a 12 após erro de saque brasileiro, mas a reação parou por aí.
O Brasil passou a dominar as ações ofensivas e defensivas. Alan comandou uma sequência de quatro pontos seguidos, abrindo 17 a 13. A partir daí, Matheus Pinta, que entrou como titular no lugar de Judson, poupado por dores nas costas, teve atuação destacada. Com boa presença no bloqueio e ataques eficiente, ajudou a equipe a marcar mais quatro pontos seguidos e ampliar para 21 a 13. Com ampla vantagem, a seleção administrou o placar e fechou o set em 25 a 16, virando o jogo.
- Quarto set
Mesmo em desvantagem, a China voltou com agressividade no quarto set. Com dois aces seguidos, os anfitriões abriram 4 a 1 e mantiveram o ritmo nos primeiros minutos. O Brasil respondeu rapidamente. Alan apareceu bem no ataque para diminuir a diferença para 5 a 4, e Matheus Pinta, em grande fase, empatou o jogo em 7 a 7 com um bloqueio. A virada veio logo depois, mais uma vez com Alan, que marcou dois pontos – um deles em um saque preciso – e colocou o Brasil em vantagem por 13 a 11.
A China, no entanto, não se entregou. Os donos da casa seguiram brigando ponto a ponto e retomaram o placar em 17 a 16, levando tensão à reta final da partida. Mas a experiência brasileira fez a diferença. O bloqueio de Lucarelli abriu caminho para a reação final da seleção, que deslanchou nos últimos pontos e fechou o set em 25 a 21, confirmando a vitória por 3 a 1 e a classificação à semifinal. Alan foi o maior pontuador da partida, com 26 pontos. Wen Z. H. terminou como destaque da China, com 15.
Por: Inês Becegato | Revisão: Daniela Gentil
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