Os chilenos votam no segundo turno da eleição presidencial neste domingo (14). Mais de 15 milhões de eleitores devem comparecer às urnas até as 18h (horário de Brasília).
José Antonio Kast, candidato de extrema direita do Partido Republicano — legenda que fundou — aparece como favorito à frente de Jeannette Jara, candidata da coligação governista de esquerda, ligada ao Partido Comunista. A campanha foi marcada pelo debate sobre o aumento da criminalidade e da imigração irregular.
Embora Jara tenha vencido o primeiro turno, em novembro, com 26,85% dos votos, Kast superou outros candidatos da direita e ficou em segundo lugar, com 23,92%. A expectativa é de que a maior parte dos eleitores que apoiaram esses candidatos migre para Kast, o que poderia garantir a ele mais de 50% dos votos e a presidência.
Kast já concorreu três vezes ao cargo de presidente e é pai de nove filhos. Entre suas principais propostas estão a deportação de migrantes em situação irregular, o fechamento da fronteira norte do país e a decretação de estado de emergência.
Jeannette Jara, por sua vez, é apoiada pelo atual presidente, Gabriel Boric. De origem humilde, ela é considerada uma comunista moderada e integrou o governo como ministra do Trabalho. A candidata defende a ampliação dos direitos das mulheres, incluindo a descriminalização do aborto — pauta à qual Kast se opõe.
O levantamento mais recente no Chile aponta Kast com 50% das intenções de voto, contra 34% de Jara.
Neste domingo, o presidente Gabriel Boric votou e destacou a importância do processo democrático.
“A democracia é a melhor ferramenta que temos para resolver as diferenças entre chilenos e chilenas de forma pacífica, com diálogo e acordos. É disso que se trata este dia: continuar construindo um destino comum, independentemente das diferenças políticas legítimas que existam. O Chile é um só”, afirmou.
Em outra declaração, Boric ressaltou:
“Hoje, pela última vez como presidente da República, exerci meu direito a voto. Uma oportunidade para enfatizar que nunca devemos dar esse direito e dever como garantidos. Devemos protegê-lo, respeitá-lo e honrá-lo, conscientes da responsabilidade que isso implica.”
Após o fechamento das urnas, autoridades eleitorais devem divulgar boletins parciais e, em seguida, o resultado final. O novo presidente do Chile deve ser conhecido ainda neste domingo.
Esta é a primeira eleição presidencial com voto obrigatório no país desde 2012.
Por Arthur Moreira | Revisão: Daniela Gentil
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