O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), estava há apenas sete minutos lendo seu voto sobre a trama golpista quando o ministro Luiz Fux indicou uma possível divergência. Moraes se preparava para analisar as preliminares suscitadas pelas defesas quando Fux pediu a palavra, afirmando que “voltaria a elas” no momento de sua manifestação.
Fux reforça posição sobre competência do julgamento
“Desde o recebimento da denúncia, por uma questão de coerência, eu sempre ressalvei e fui vencido nessas disposições”, disse Fux, referindo-se à discordância que já havia manifestado em março. Moraes, por sua vez, lembrou que várias das preliminares da denúncia já foram afastadas por unanimidade naquela ocasião, incluindo o voto de Fux, com exceção da questão sobre a competência da Primeira Turma.
Disputa sobre julgamento no plenário ou na Turma
É justamente neste aspecto que pode haver a divergência de Fux . Para o ministro, a apuração acerca da tentativa de golpe de Estado devia ser julgada pelo plenário do STF e não pela Primeira Turma.
Fux é o terceiro a votar. Antes dele, houve o voto de Moraes e do ministro Flávio Dino. Após Fux, os votos cabem à ministra Cármen Lúcia e ao presidente do colegiado, Cristiano Zanin. A decisão será por maioria, definindo o futuro do julgamento da candidatura golpista.
Por Aline Feitosa | Revisão: Daniela Gentil
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