A família da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, acionou a Defensoria Pública da União (DPU) no Rio de Janeiro para solicitar à Justiça Federal uma nova autópsia no Brasil. Juliana morreu no último dia 20 de junho após cair de uma altura de cerca de 300 metros durante uma trilha no Monte Rinjani, um vulcão ativo na Indonésia. O corpo da jovem ainda não foi repatriado, e os parentes alegam falhas e falta de clareza na perícia feita no exterior.
A decisão de pedir uma nova autópsia foi motivada pela insatisfação da família com as informações divulgadas pela autópsia realizada no país asiático, que apontou traumatismo por força contundente como causa da morte, com múltiplas fraturas e hemorragia. O laudo indicava ainda que Juliana teria morrido em até 20 minutos após a queda. No entanto, a família teme que aspectos importantes tenham sido ignorados ou mal avaliados.
A irmã da jovem, Mariana Marins, tem feito críticas públicas ao que chama de “descaso” das autoridades indonésias e relata dificuldades no processo de repatriação. Segundo ela, houve resistência da companhia aérea Emirates em Bali quanto ao transporte do corpo. A Prefeitura de Niterói se prontificou a custear os gastos com a repatriação, que somam cerca de R\$ 55 mil, além das despesas com funeral e sepultamento.
Com o apoio do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) da Prefeitura de Niterói, o pedido foi encaminhado à Justiça Federal e aguarda análise. A DPU reforçou o pleito da família, que busca não apenas respostas sobre a morte de Juliana, mas também justiça diante das dúvidas que permanecem.
O caso gerou comoção nacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o Ministério das Relações Exteriores a prestar total assistência à família, inclusive revogando um decreto que impedia o uso de recursos públicos para o custeio da repatriação de corpos.
Juliana era moradora de Niterói e apaixonada por trilhas. Como forma de homenagem, a prefeitura anunciou que dará seu nome ao Mirante e à Praia do Sossego, em Camboinhas, locais que frequentava com frequência.
A morte da jovem também reascende o alerta sobre a segurança de turistas em áreas de risco, como o Monte Rinjani, que já registrou diversos acidentes fatais desde o ano de 2020. Especialistas apontam a falta de sinalização, ausência de socorro imediato e carência de infraestrutura adequada como fatores agravantes para esse tipo de tragédia.
A Justiça deve decidir nas próximas horas se autoriza a nova autópsia no Brasil. A família aguarda o desfecho com a esperança de que a verdade seja plenamente esclarecida.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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