A Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado (Ficco – SP) prendeu, na manhã desta sexta-feira (25), quatro policiais civis do 6º DP de Santo André, no ABC paulista, suspeitos de receberem dinheiro de funkeiros para não investigar a realização de rifas ilegais em redes sociais.
A operação “Latus Actio 3” é um desdobramento de inquérito aberto em 2021 pela Polícia Federal para apurar a relação de donos de produtoras de funk com integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Agiam na delegacia
A ação vem na esteira da “Operação Latus Actio” e da “Operação Latus Actio 2”, deflagradas, respectivamente, nos dias 12 de março e 12 de dezembro de 2024, quando uma organização criminosa, constituída para arrecadar propinas dentro da delegacia foi identificada – naquela ocasião, um policial foi preso preventivamente e outro afastado do serviço.
O objetivo desta terceira fase da operação é reprimir crimes de corrupção ativa e passiva e de participação em organização criminosa.
Na operação estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Santo André, Mauá, no ABC, e na capital. Além de quatro mandados de prisão preventiva expedidos pela 1ª Vara Criminal de Santo André. A Justiça também decretou a quebra do sigilo bancário dos investigados.
Ação de fachada
As investigações apontaram que na delegacia eram instaurados procedimentos de Verificação de Procedência de Informações (VPI) por parte dos policiais, supostamente para apurar a prática de sorteios ilegais promovidos pelos funkeiros. Tais condutas poderiam configurar contravenção penal por exploração de jogos de azar e crimes de estelionato e lavagem de dinheiro.
Entretanto, o verdadeiro objetivo dos policiais era a solicitação de propina aos investigados e a seus respectivos advogados, a pretexto de não dar prosseguimento às apurações.
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em São Paulo é composta pela Polícia Federa, Secretaria de Segurança Pública, Secretaria de Administração Penitenciária e Secretaria Nacional de Políticas Penais. A operação teve apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e da Corregedoria da Polícia Civil.
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Cristina Christiano é jornalista com extensa carreira profissional, tendo atuado em diversos veículos impressos e audiovisuais nas áreas de polícia, justiça, saúde, educação, comportamento, urbanismo, direitos humanos, economia, entre outras. Fez diversas reportagens especiais, além de séries de repercussão e recebeu já vários prêmios por seu trabalho.