O presidente da França, Emmanuel Macron, fez um forte alerta nesta segunda-feira (11) contra o plano de Israel de intensificar as ações militares na Faixa de Gaza. Para ele, a ofensiva resultaria em mais mortes desnecessárias e agravaria o sofrimento tanto dos cerca de 20 reféns ainda vivos — entre os 50 mantidos pelo Hamas — quanto da população palestina, já em grave escassez de itens básicos para sobrevivência. “Seria um desastre prestes a acontecer”, afirmou.
Segundo entidades internacionais, mais da metade das mortes provocadas pelas ofensivas israelenses em Gaza são de mulheres e crianças, enquanto apenas uma pequena parcela seria de combatentes do Hamas. O dado levanta questionamentos sobre a eficácia da estratégia militar conduzida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para eliminar o grupo.
O plano aprovado pelo gabinete de segurança israelense prevê o desarmamento total do Hamas, a libertação de todos os reféns sequestrados desde outubro de 2023 e o controle de Israel sobre a segurança da Faixa de Gaza mesmo após o fim do conflito.
“O anúncio do gabinete israelense de expandir suas operações na Cidade de Gaza e nos campos de Mawasi, além de reocupar essas áreas, anuncia um desastre de gravidade sem precedentes e um movimento em direção a uma guerra sem fim”, declarou Macron.
“Os reféns israelenses e o povo de Gaza continuarão sendo as primeiras vítimas dessa estratégia”, completou.
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque a Israel, matando 1.200 pessoas e sequestrando 251. Desde então, cerca de 61 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza — mais da metade mulheres e crianças.
Com o agravamento da crise humanitária, cresce o número de mortes por inanição, reforçando os apelos internacionais pelo fim imediato do conflito.
Por Daniela Gentil | Revisão: Redação
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