A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta quarta-feira (23/7) a Operação Portare, voltada à investigação de fraudes em contratos de locação de veículos para o Distrito Sanitário Especial Indígena de Cuiabá (DSEI-Cuiabá). A ação foi executada simultaneamente em Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande(MS) , Cuiabá (MT), Várzea Grande (MT), Rondonópolis (MT) e Boa Vista (RR).
Durante a operação, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, além de decretado o afastamento cautelar de dois servidores públicos. Também foi determinado o sequestro de bens e valores de dez investigados, totalizando R$ 20,35 milhões.
As investigações revelaram contratações diretas realizadas entre 2023 e 2024, no valor de R$ 12,5 milhões, marcadas por irregularidades como favorecimento da empresa contratada mediante acordos prévios entre agentes públicos e particulares, superfaturamento por entrega incompleta da frota contratada e o pagamento de propinas. O prejuízo identificado aos cofres públicos é estimado em R$ 1,3 milhão.
Em outra frente, uma licitação homologada em 2025, também foram encontrados novas evidências de irregularidades. Entre os problemas apontados estão vazamento de informações sigilosas,apresentação de proposta com valores abaixo do praticável, entrega parcial de veículos com especificações inferiores às exigidas no edital, além de novas suspeitas de pagamento de propinas.
A operação foi batizada de “Portare”, termo em latim que significa “transportar”, em alusão ao objeto central dos contratos sob investigação.
Por Arthur Moreira | Revisão: Daniela Gentil
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