Dois técnicos em enfermagem do Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre (RS), foram presos nesta segunda-feira (13), suspeitos de violação sexual mediante fraude contra uma paciente de 39 anos que estava internada após um procedimento ginecológico. Os homens, de 31 e 55 anos, foram indiciados e tiveram as prisões preventivas decretadas na última sexta-feira (10).
De acordo com a delegada Thaís Dias Dequech, responsável pela investigação, o crime ocorreu em julho. Um dos técnicos teria entrado no quarto da vítima e simulado um exame de toque íntimo, apalpando a barriga e os seios da mulher. O outro profissional, também técnico em enfermagem, teria ajudado o colega a acessar o local, inclusive emprestando um estetoscópio.
Após o ato, a paciente estranhou o procedimento e relatou o caso à equipe de enfermagem. Um familiar e funcionários do hospital denunciaram o ocorrido à Polícia Civil, que instaurou inquérito para apurar o caso.
Durante o depoimento, um dos suspeitos negou o crime, afirmando que foi confundido, enquanto o outro confirmou ter emprestado o equipamento. Ambos foram desligados do hospital logo após o início das investigações.
Imagens comprovam o crime, diz delegada
Segundo a delegada Thaís Dias Dequech, imagens de câmeras de segurança confirmam que o técnico entrou no corredor do hospital e acessou o quarto da paciente.
“Tem câmeras nos corredores que comprovam que ele passou pelo andar e foi no quarto dela. As imagens mostram o contato antes do ocorrido entre os dois técnicos. Também há um contato posterior, onde o profissional devolve o estetoscópio para o outro colega”, afirmou a delegada em entrevista à Rádio Gaúcha.
A investigação concluiu que houve planejamento prévio entre os dois suspeitos, que tentaram ocultar o crime. A paciente, segundo a polícia, estava consciente e lúcida durante a ação. O crime de violação sexual mediante fraude prevê pena de até seis anos de prisão.
O que diz o Hospital Ernesto Dornelles
Em nota, o Hospital Ernesto Dornelles informou que, assim que tomou conhecimento da denúncia, prestou atendimento imediato e acolhimento integral à paciente e à família. A instituição afirmou ainda que ela própria, junto aos familiares, registrou a ocorrência policial.
“Os empregados envolvidos foram sumariamente desligados do hospital. Seguimos colaborando com as investigações, que devem ocorrer sob sigilo e com rigor ético, visando à segurança e à não exposição da paciente”, diz o comunicado.
O hospital, que completa 63 anos de atuação, reforçou seu compromisso com a ética, a humanização e a segurança do paciente, além de manter tolerância zero a condutas incompatíveis com seus valores.
“Seguimos aperfeiçoando protocolos, fortalecendo rotinas de prevenção e capacitando continuamente as equipes. Permanecemos à disposição das autoridades e, dentro do que a lei permite, dos familiares diretamente envolvidos”, finaliza a nota.
As investigações seguem sob responsabilidade da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.
Por João Vitor Mendes | Revisão: Daniela Gentil
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