A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente presa na Itália, tem relatado dificuldades financeiras, chegando a afirmar que não possui recursos nem para itens básicos, como shampoo.
Apesar disso, sua defesa contratou o renomado psiquiatra forense Dr. Hewdy Lobo Ribeiro, conhecido por atuar em casos de grande repercussão, como os de Adélio Bispo de Oliveira e Flordelis dos Santos de Souza. Os honorários para a elaboração do laudo médico variam entre R$ 30 mil e R$ 50 mil, a depender da complexidade, sem incluir o custo de deslocamento até a Itália, o que pode elevar ainda mais o valor total.
Segundo o psiquiatra, a equipe contratada — composta por médico legista, psiquiatra forense e psicólogo jurídico — já realizou uma avaliação indireta da saúde da deputada, analisando seu histórico médico sem contato presencial, em razão de sua detenção no exterior. Entre os problemas apontados estão fibromialgia, que provoca dores intensas, uma condição cardíaca que exige acompanhamento especializado e sintomas de grave depressão. Na avaliação dos profissionais, o quadro é complexo e de difícil manejo em ambiente prisional.
A defesa também providenciou a tradução juramentada do parecer médico para o italiano, a fim de apresentá-lo às autoridades locais.
A estratégia, conduzida pelo advogado Fábio Pagnozzi, busca a soltura de Zambelli sob o argumento de que seu estado de saúde — físico e psicológico — é incompatível com a prisão até que haja uma decisão final sobre sua extradição.
Enquanto a disputa judicial avança, o caso segue repercutindo no Brasil, levantando questionamentos sobre o contraste entre a alegada fragilidade financeira da deputada e os altos custos de sua defesa. O episódio evidencia a intersecção entre política, justiça e saúde, e como recursos financeiros podem influenciar decisões legais até mesmo em tribunais estrangeiros.
Por David Gonçalves, correspondente MD na Itália I Revisão Sara Santos
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