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País tem maior concentração de médicos especialistas na rede privada do que no SUS

O levantamento inédito também indica que o número de profissionais especializados no Brasil está abaixo da média dos países da OCDE

     Pacientes com plano de saúde são submetidos, proporcionalmente, a mais cirurgias que os atendidos exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A constatação faz parte da nova edição da Demografia Médica 2025, lançada nesta quarta-feira (30). O estudo, inédito, também evidencia a maior concentração de médicos especialistas na rede privada e na região Sudeste.

      No Brasil, a parcela de especialistas (59,1%) está abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 62,9%.

     Três especialidades

     O levantamento analisou os três procedimentos mais realizados no país: remoção do apêndice, retirada da vesícula biliar e correções de hérnias da parede abdominal.

     Na apendicectomia, cirurgia de urgência mais comum no país, a taxa entre beneficiários de planos de saúde foi de 100 por 100 mil habitantes – 34,4% superior à verificada no SUS (74,45 por 100 mil). Considerando o volume, o sistema público respondeu por 70% do total de procedimentos em 2023.

     Para a colecistectomia, o setor privado apresentou taxa 58,7% maior que a do SUS: 312,38 contra 196,81 cirurgias por 100 mil habitantes. Ainda assim, o SUS foi responsável por 66% das intervenções.

      A maior disparidade, contudo, foi nas cirurgias de hérnias da parede abdominal: 401,41 procedimentos por 100 mil habitantes na rede privada – número 86,6% superior ao do SUS (215,07 por 100 mil).

     Faltam anestesistas

     O estudo mostra que 70% dos cirurgiões atuam nos dois setores — público e privado. Outros 20% trabalham exclusivamente no setor privado e 10% atuam apenas no SUS. Enquanto isso, 8% das cirurgias são canceladas por falta de equipe, principalmente de anestesistas.

     Os dados reforçam a necessidade de ampliar o acesso às cirurgias pelo SUS e apontam  forte concentração de especialistas na rede privada de saúde, muitas vezes em instituições que não prestam atendimento ao SUS.

     “O principal desafio dado pelo presidente Lula é o esforço de garantir assistência em tempo adequado para quem busca o atendimento médico especializado”, diz o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

     Distribuição desigual

     Em dezembro de 2024, o Brasil contava com 353.287 especialistas, ou 59,1% do total de médicos registrados. Os demais 244.141 (40,9%) eram generalistas, graduados em medicina, mas sem título de especialista.

      Entre as 55 especialidades regulamentadas no Brasil, sete concentram 50,6% do total de especialistas: clínica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, anestesiologia, cardiologia e ortopedia e traumatologia.

       Apesar do crescimento, a distribuição dos especialistas é desigual. O percentual em relação ao total de médicos varia de 72,2% no Distrito Federal, 67,9% no Rio Grande do Sul, 46,5% em Rondônia e 45,1% no Piauí.

      A região Sudeste concentra 55,4% de todos os médicos especialistas, seguida pelas regiões Sul (16,7%), Nordeste (14,5%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte (5,9%).

     Mais mulheres

    Pela primeira vez, as mulheres se tornarão maioria entre os médicos no Brasil. Já em 2025, representam 50,9% do total de profissionais. Esse aumento é expressivo em comparação com 2010, quando elas correspondiam a 41% da população médica. As projeções indicam que, até 2035, as mulheres serão 56% do total de médicos no país.

     Nas faculdades, a presença feminina também tem crescido. Em 2010, as mulheres representavam 53,7% dos matriculados, número que subiu para 61,8% em 2023. Entretanto, elas predominam em apenas 20 das 55 especialidades médicas – a dermatologia lidera o ranking, com 80,6%.

     O estudo demográfico

     A pesquisa Demografia Médica no Brasil é conduzida há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). A edição de 2025 é a primeira realizada com o Ministério da Saúde.

    O levantamento reúne 10 estudos desenvolvidos por 22 pesquisadores e colaboradores da FMUSP. O trabalho é fruto de uma colaboração técnica e científica entre a Universidade de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

LEIAM TAMBÉM: https://marciadantasnews.com.br/comissao-vai-avaliar-a-qualidade-da-formacao-de-medicos-no-brasil/👩🏻‍⚕️ Saúde

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