Após o anúncio, no dia 13, da perda gestacional tardia da apresentadora Tati Machado, especialistas reforçam a importância do acompanhamento médico rigoroso, da atenção aos sinais de risco e do apoio psicológico às famílias que enfrentam essa dor silenciosa, porém profunda.
A perda gestacional tardia ocorre a partir da 20ª semana de gravidez e representa cerca de 1% das gestações, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar do número aparentemente baixo, o impacto emocional para quem vive essa experiência é imenso e, muitas vezes, negligenciado.
Fatores de risco
Em entrevista ao portal, a ginecologista e obstetra Náyra Pizzol explica que a perda gestacional tardia pode ter diversas causas, algumas identificáveis com antecedência, outras nem sempre detectadas com precisão.
“Malformações fetais ou uterinas, doenças como diabetes descontrolada e hipertensão, condições autoimunes, infecções, alterações no líquido amniótico, restrição de crescimento fetal e até a diminuição da movimentação do bebê são sinais de alerta”, afirma.
Esses fatores, quando acompanhados de perto, podem ser controlados. No entanto, a especialista ressalta que, em alguns casos, a perda ocorre mesmo diante de um pré-natal aparentemente normal.
A importância da escuta e do cuidado contínuo
A prevenção está diretamente ligada à qualidade do acompanhamento médico. Exames periódicos, alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos seguros e atenção aos sinais do corpo são estratégias que ajudam a garantir mais segurança durante a gravidez.
“Toda gestante precisa ter um canal de confiança com a equipe médica e buscar atendimento de urgência ao menor sinal fora do padrão, como sangramentos ou redução dos movimentos fetais”, orienta a médica.
Além disso, Náyra destaca que o tempo para tentar uma nova gestação deve respeitar não só o corpo, mas também o emocional da mulher.
“Depende da causa da perda e do tipo de intervenção realizada, mas geralmente recomenda-se um intervalo mínimo de seis meses. Ainda assim, o mais importante é que a mulher esteja fortalecida física e psicologicamente.”
Falar é também cuidar
Para a Dra. Náyra, romper o silêncio é uma das formas mais potentes de prevenção e acolhimento. Promover campanhas de conscientização sobre a importância do pré-natal, garantir acesso à saúde de qualidade e oferecer apoio psicológico contínuo, desde o desejo de engravidar até o pós-parto, são pilares fundamentais.
“Expor as estatísticas com responsabilidade e compartilhar histórias de superação ajuda a mostrar que essa dor não é isolada. É uma forma de dar voz às mães e pais que amaram intensamente, mesmo antes de segurarem seus filhos no colo.”
A conscientização e o acesso a cuidados de saúde adequados são essenciais para minimizar os impactos da perda gestacional tardia.
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Por: Diellen Lisboa | Revisão: Daniela Gentil